2024-07-29
Alunos espanhóis encontraram um laboratório de arqueologia em Estremoz
«É uma experiência fantástica. Uma grande oportunidade de aprendermos mais sobre quem aqui andou há muitos séculos e o que foi a Península Ibérica há cerca de dois mil anos». A avaliação é feita por Juan, um dos três alunos de História da Universidade de Málaga, que por estes dias mudaram a sua escola, provisoriamente, para Santa Vitória do Ameixial. Os estudantes participaram em mais uma campanha das escavações das ruínas romanas
TEXTO | Roberto Dores
Os três estudantes admitiam ainda que «dificilmente» poderiam ter escolhido melhor local para ganhar novos conhecimentos, apelidando a «villa» romana de Santa Vitória como uma espécie de «laboratório de arqueologia».
«Há por aqui muitos vestígios que nos ajudam a perceber o que era a vida naquele tempo. Estamos encantados e a trabalhar com gosto, mesmo nos dias de maior calor», assume Dani.
Os alunos não poupam elogias à própria comunidade. «Receberam-nos muito bem e promoveram a nossa participação em várias actividades. Isso gera grande optimismo entre nós», admitem os alunos malaguenhos, revelando que por terem garantido as melhores notas da disciplina da História tiveram a oportunidade de viajar até ao Alentejo, à boleia de uma parceria entre as universidades de Évora e de Málaga.
Hugo Guerreiro, chefe da Divisão de Desenvolvimento Sociocultural, afirma que é por esta via que se garante «o gosto pela história, pela arqueologia, pela salvaguarda e pela preservação do património», tendo sido esse o objectivo que levou a Câmara de Estremoz a abrir as escavações a alunos universitários e não só.
Hugo Guerreiro (à direita), chefe da Divisão de Desenvolvimento Sociocultural da Câmara de Estremoz. FOTO | CME
«É uma autêntica escola a céu aberto e desde que passou para o município - há cerca de dois anos - que procuramos valorizá-lo e torná-lo visitável. Para isso, precisamos de escavar e tornar visíveis mais estruturas», admite o mesmo responsável, avançando que nos próximos meses a autarquia quer tentar abrir a «villa» romana a visitas marcadas. «Não quer dizer que tenhamos já aqui um funcionário a tempo inteiro. A ideia é ter percursos definidos», conclui Hugo Guerreiro.