Património

2023-04-18

O que significam os laços na Torre de Évora Monte?


É apontada como um sublime exemplo da arquitectura quinhentista, tendo sido construída após o terramoto de 1513 pelos mestres Diogo e Francisco de Arruda. O senhor da vila era D. Jaime, duque de Bragança. Mas o que representam o laços ou nós que decoram - pode dizer-se assim - a Torre ou Paço Ducal de Évora Monte? Fomos saber a resposta

TEXTO l Roberto Dores


   José Inverno, formado em História com variante de Arqueologia, explica que os laços ou nós de que se fala no Paço-Fortaleza encerram uma função heráldica, depois de D. Jaime ter passado a utilizar a divisa «Depois de vós, nós».  Uma alusão ao facto de ter sido «declarado herdeiro presuntivo do trono de Portugal pelo Rei D. Manuel» a partir de 1501.
 

   Detalhes revelados ao longo de uma visita guiada promovida pela Câmara de Estremoz à zona histórica de Évora Monte, que teve lugar domingo, mas que se inscreveu no Dia Internacional dos Monumentos e Sítios que esta terça-feira se celebra. 

   Ainda sobre os laços ou nós, ficou a saber-se que traduzem um dos «corpos de empresa» da Casa de Bragança, sendo «elementos de uma sigla heráldica falante», tal como apresenta a descrição no interior da fortaleza, destacando que são um dos elementos decorativos mais em voga no período Manuelino.


   As investigações realizadas permitiram ainda admitir que, além do significado heráldico, os nós ou laços tenham uma associação ao amor neo-platónico, representando «o sinal de vículo místico do homem a Deus».
 
SAIBA MAIS

O Castelo de Évora Monte vê-se ao longe erguido numa colina com 481 metros de altitude. A História de Portugal distinguiu esta povoação por aqui ter sido assinada a Convenção que, em 26 de Maio de 1834, restabeleceu a Paz em Portugal, após vários anos de guerra civil entre liberais e absolutistas.


O património merece um olhar atento. Do recinto muralhado à Torre/Paço Ducal,  um exemplar único da arquitectura militar de transição, do manuelino final, sem antecedentes nem precedentes em Portugal. Foi construída em 1532 e a sua função nunca terá sido de defesa, servindo basicamente como residência de caça dos Duques de Bragança.
 

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