Património

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PRESÉPIO. Será que andamos a cumprir a tradição? (COM VÍDEO)

 
6 de Janeiro é dia de desmontar o presépio, depois das festividades de fim de ano. Celebram-se os Reis Magos. Mas será que andamos a cumprir a tradição que nos foi legada?

O que é feito das figuras de barro que retratavam as várias profissões ligadas ao campo no presépio tradicional português, conferindo aquela magia de Natal no tempo dos nossos avós? E as searinhas? E o musgo? E a partilha de cortiça entre a família e os vizinhos? 

A conservadora e restauradora Sara Fonseca vem alertando, nos últimos anos, que o tradicional presépio está ameaçado. "Chegaram figuras de plástico e luzes, que nada têm a ver com a tradição. As pessoas acharam que os bonecos de argamassa eram modestos e atiraram-nos fora. Eram estas as figuras que ajudavam a tornar o nosso presépio tão especial”.

Pastores, rebanhos, cães, lobos, peixes e canastas, no caso do Algarve, ou da matança do porco e dos lavradores, no caso do Alentejo, região mais famosa pelos usos e costumes alusivos à época natalícia. Ainda as fanfarras, as cascatas os túneis. Eis algumas das peças emblemáticas que foram sendo apagadas do presépio português, depois de longas décadas a passarem de pais para filhos.

“Nunca um presépio alentejano teve uma peça de plástico. Sempre foi usado barro, uma argamassa pobre que era cozida e pintada com as tintas que sobravam da caiança”, recorda Sara Fonseca, admitindo que hoje em dia “é difícil encontrar essas imagens”.
 

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