2023-02-28
«Comer a paisagem». O que é isto? O Roteiro do Petisco vai explicar
Comecemos por recuperar a frase completa proferida por Paulo Amado (à direita na foto), das Edições do Gosto: «Quando temos tudo no supermercado, temos a ideia romântica de comer a paisagem». A declaração foi proferida durante a apresentação do Festival de Peixe do Rio - que sexta-feira arranca no Alandroal - sendo por estas e outras que, para o dia 11 de Março, está agendado o Roteiro do Petisco. Promete «dar que falar». Literalmente
TEXTO l Roberto Dores
Mas, afinal, do que fala Paulo Amado? Muito simples. Fala de cultura e identidade com expressão à mesa. «Olhando à volta, vamos ver o que nos oferece a paisagem e como é que podemos integrar essa oferta nos pratos, em casa e nos restaurantes», referiu. Alertou também para a sua importância, enquanto actividade económica e turística, porque, segundo disse, «vai mostrar para fora o que é o Alandroal».
É neste contexto que o peixe do rio ganha especial relevância por estas paragens, numa altura em que se o concelho do Alandroal é conhecido pelo peixe do rio, quando se fala de peixe do rio é inevitável falar-se do Alandroal, como sublinhou o presidente da autarquia, João Maria Grilo.
Ao longo do Festival o autarca quer pôr todos os que confeccionam ´caldetas´- como por aqui se diz - nas tascas e tasquinhas do concelho à conversa com os chefes que vão marcar presença no certame. «Temos muito a aprender uns com os outros», relembrou.
Por essa via, João Maria Grilo fez questão de puxar pelo Roteiro do Petisco, que dia 11 de Março parte do terminal rodoviário para passar por 13 locais diferentes em todo o concelho. «Nós damos o autocarro e a caneca», anuncia o autarca, destacando a possibilidade de se conhecerem «locais autênticos, conversar com os responsáveis e com os chefes convidados. Petisco e animação.» E lá está também o «comer a paisagem. Quem se atreve?», pergunta o edil.
O chefe José Júlio Vintém confirma que o roteiro vai ser acompanhado por «várias personalidades», numa espécie de «fórum móvel», que até contempla depoimentos de pescadores e de quem arranja e confecciona o peixe. «Vamos tentar compilar toda a informação que será lançada num livro», anunciou o conhecido chefe do Tombalobos.
