2023-09-02

Conhece as melancias «Klondike»? São especiais e estão à venda este sábado na banca da Micaela

Estremoz começava as festas da cidade e a procissão já tinha terminado. Faltavam 15 minutos para as dez da noite. Em pleno Rossio Marquês do Pombal, eis que um casal preparava a banca - quase minuciosamente - para o mercado deste sábado. «Agora tapamos tudo e vamos estando atentos, porque moramos ali em frente», explica Zé Luís, enquanto, juntamente com Micaela, vai dando os últimos retoques nos produtos. Muitos. E todos da época. Entre eles, estão umas melancias que exibem uma casca diferente. Para os desconhecedores até passam por melancias riscadas, mas não são. Trata-se das «Klondike» e poucos as produzem
 
TEXTO l Roberto Dores
 
   «Repare que as melancias estão distribuídas por caixas individuais e não estão em cima umas das outras. Se fizéssemos isso, as de baixo rebentavam, porque têm uma casca muito fina», justifica Zé Luís - tal como se nos apresentou - revelando que conhece este produto ainda do tempo do seu pai. «Há 40 anos já ele fazia esta variedade de melancia», sublinha.

Micaela, natural da Roménia e já com nacionalidade portuguesa, continua a dar o seu jeito especial à banca para que a partir das 6 da manhã os olhos dos clientes também comam. «Eu costumo dizer que quem quiser comer saudável é vir aqui. Só temos produtos da época, da nossa horta, produzidos por nós», revela.

   Mesmo ao lusco-fusco dá para ver os pimentos de várias cores - até roxos, que afirmam ser os melhores para as saladas - alfaces, tomates, beldroegas, salsa, cebolas, batatas, mogangos, abóboras e beringelas. Das melancias já falámos.
 
Zé Luís exibe o pimento roxo. O tal que é recomendado para a salada devido a uma baixa acidez
 
   Vendem há três anos no mercado dos sábados, onde o melhor do campo vai à cidade. O regresso à horta foi um passo de que Zé Luís se orgulha. «Aprendi a trabalhar a terra com o meu pai, desde muito novo e até aos 30 anos. Sei muita coisa do campo. Depois tive outro trabalho, mas quando fiquei desempregado regressei à horta e é onde me sinto melhor. Estou a trabalhar no que é meu. O bom filho à casa torna», diz entre risos do casal.
   
   E como se tem apresentado o célebre Mercado de Estremoz por estes dias? Micaela diz que «é uma diversão. Vem muita gente. Temos muitos amigos que são clientes e gostam de conviver aqui connosco. Este mercado não é só montar a banca e ficar à espera que o cliente apareça. É muito mais do que isso».

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