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2023-07-16

O lar onde a «dona Mariana» se sente em casa da família. Entre amigos e festa

 
Este sábado o lar da Associação de Protecção aos Idosos de Terena (APIT) saiu à rua em formato de arraial popular. Encheu o Jardim Público de música, marchas, bifanas, imperiais e artesanato. Nem faltaram os tradicionais sorteios com tômbola. E lá veio o baile, claro. Mas que lar é este que dá prioridade a que os seus idosos se sintam como se estivessem na própria casa, em autêntico ambiente familiar?

TEXTO l Roberto Dores
 
   Mariana Rita Mexias, 90 anos, surge na foto de abertura ladeada por Ângela Palhoco, assistente social da APIT, e José Manuel Rosado, o motorista da instituição. Teve uma vida a trabalhar no campo. Ceifou e mondou ali para os lados de Montejuntos e Ferreira de Capelins, até as forças lhe permitirem.

Marchantes de Bencatel animaram a noite em Terena

   Hoje está «entregue» ao lar, onde se sente em casa e abre o sorriso assim que Ângela lhe sugere que fique ao seu lado para a fotografia. «A dona Mariana tem 90 anos e vai chegar aos 100, não vai?», atira a assistente, enquanto Mariana encolhe os ombros, mas recorda que a irmã já vai nos 97. «Pode ser que sim», admite.  Para já, saúde não lhe falta para garantir presença no arraial até à hora de regressar a casa. E mais festas que venham!

   Ângela Palhoco assume ser este o «espírito» que se pretende criar na APIT, que pelos dias de hoje conta com 42 utentes em regime de lar, oito no centro de dia e 17 em apoio domiciliário 
 
   Destaca que numa região pautada por uma população tendencialmente envelhecida a estratégia passa por tentar «trabalhar individualmente» com os utentes. «O objectivo é que sintam que ali não é um lar, mas sim a casa deles, onde nós somos a família. Temos muitos utentes com familiares por perto, mas também temos outros sem qualquer tipo de apoio ou suporte das famílias, pelo que precisam do nosso carinho», assume a mesma responsável.


Paulo Infante, da Direcção da APIT
 
Um conceito corroborado por Paulo Infante, membro da direcção APIT, para quem o lar de que se fala tem procurado proporcionar condições aos utentes para que «façam tudo o que faziam nas suas casas», diz, enfatizando que as próprias funcionárias têm passado por essa adaptação. «Tem corrido tão bem, que há pessoas de Lisboa a quererem vir para cá. Isso mostra como o nosso trabalho está ter impacto e já é conhecido noutros pontos do país», resume.


Os elogios do autarca do Alandroal

   O presidente da Câmara do Alandroal, João Maria Grilo, aplaude a estratégia. Começa por destacar o arraial deste sábado como um exemplo da porta aberta ao convívio entre idosos institucionalizados e famílias, assumindo a importância de se apostar na «integração e aproximação dos utentes a um ambiente familiar. Neste lar, as próprias pessoas que ali trabalham ajudam a que isso seja uma realidade». Aliás, para o autarca, «já não faz sentido haver lares que sejam  de outra maneira».

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