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2023-11-22

«País está inclinado para o mar. Temos que fixar jovens no Interior»

O alerta foi deixado pela professora auxiliar da Universidade da Beira Interior Sónia de Sá, durante a sua aula aberta no ciclo de conferências COMUNMEDIA, na Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Instituto Politécnico de Portalegre

Redacção Sul Ibérico
 
   A docente - que apresentou o seu projecto «Repensar a pedagogia em comunicação, storytelling e sustentabilidade - defendeu a necessidade do Interior «investir» num trabalho que crie atractividade aos jovens para se fixarem em regiões como o Alentejo, garantindo alternativas ao Litoral. «Devemos diluir essa fronteira que só existe simbolicamente», disse a professora em declarações ao Sul Ibérico, após a aula  em que teve pela frente os alunos.

   Segundo Sónia de Sá, «o país está inclinado para o mar», tornando prioritário o desígnio de «fixar jovens no Interior». Mais: «Nem faz sentido dizermos que há Interior», referiu, justificando que há um detalhe que é preciso ter em linha de conta.  «Vivemos em áreas muito grandes, mas que são bastante despovoadas e muito maltratadas».

   E como dar a volta a esta tendência, procurando dar mais mediatismo às regiões mais desfavorecidas? A docente sugere que a escola pode ter um papel activo neste processo. Sai um exemplo: «Quando convidamos académicos para virem a Portalegre ou à Covilhã e eles sugerem o online, nós dizemos que não. Queremos que venham cá. É tudo muito mais difícil, mas temos que derrubar essa barreira simbólica que prejudica imenso muita gente», resumiu.

   Já a professora Rosália Rodrigues, organizadora do evento em parceria com as alunas Beatriz Dores, Inês Ramos, Irina Branco, Rita Varela e Ana José, sublinhou o cariz da «comunicação estratégica ao serviço das comunidades» que está englobado neste ciclo de conferências. 

   Destacou ainda a possibilidade que o COMUNMEDIA proporciona aos alunos de perceberem «quais as dificuldades em realizarem eventos. Eles têm toda a autonomia para organizarem, darem ideias, serem criativos e aprenderem, andando no terreno, qual é o trabalho que irão exercer no futuro quando terminarem as licenciaturas», resumiu a docente.

   Este segundo dia do ciclo de conferências assistiu ainda a um momento cultural, com as actuações de Beatriz e Sofia, dois elementos do grupo de dança Flamencura.
 

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