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2022-09-15

Coelho está em perigo. É urgente salvar a espécie

 
Os números oficiais dão conta da ameaça que paira sobre as populações de coelho-bravo, que vão escasseando nos campos do Alentejo. Nos últimos 70 anos diminuíram mais de 90% por causa de mudanças no uso da terra e de doença

   Em 2019, o coelho-bravo foi declarado como espécie Em Perigo pela Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), no seguimento de inquéritos populacionais realizados na última avaliação da IUCN. As doenças foram apontadas como a principal causa deste declínio.
   
   Recorde-se que o coelho-bravo é endémico da Península Ibérica e espécie-chave no ecossistema mediterrânico, constituindo-se como presa para cerca de 40 espécies de predadores (como o lince ibérico ou a águia imperial) e funcionando como uma espécie de «engenheiro de ecossistemas» pelo seu papel de modificador de paisagem e dispersor de sementes, tal como salienta a Associação Natureza Portugal.

   Esta espécie tem também grande impacto socioeconómico como peça de caça menor.

   Daí que Jornadas Iberconejo sobre sistemas de monitorização do estado sanitário do coelho-bravo, organizadas no âmbito do projecto LIFE Iberconejo / LIFE Ibercoelho, lançado este ano em Portugal e Espanha, tenha apontando à revisão dos protocolos usados para monitorizar o estado sanitário do coelho-bravo na Península Ibérica e a criação de uma estratégia ibérica concertada

   «Há uma grande falta de conhecimento sobre a situação epidemiológica e os efeitos das doenças nas populações de coelho-bravo», admitiu Ramón Pérez de Ayala, especialista nesta espécie na WWF Espanha coordenador do LIFE Iberconejo. «Este projecto ibérico e as questões que iremos abordar em Mértola são um passo fundamental para estabilizar as populações de coelhos e recuperar o seu papel fundamental no ecossistema, assegurando que a gestão desta importante espécie mediterrânica não tenha consequências negativas para a agricultura», acrescentou

   Embora Espanha tenha um Plano Nacional de Vigilância Sanitária da Vida Selvagem que inclui lagomorfos, entre eles os coelhos, e Portugal tenha um pedido de Notificação Imediata de Mortalidade de Animais Selvagens, a ANP-WWF defende que «é necessário desenvolver uma estratégia para monitorizar o estado de saúde do coelho-bravo à escala peninsular.

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