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2022-05-12

COVID-19 DISPARA. Já há pressão para regresso do uso de máscaras

 
A incidência do vírus disparou nos últimos dias e os médicos de Saúde Pública já defendem o passo atrás no uso de máscaras na maioria dos espaços fechados, segundo avança o DN.

Entre o crescimento de uma nova linhagem, mais transmissível, da variante Ómicron (já responsável por 37% dos novos casos no país), o fim generalizado do uso de máscara e a ocorrência de diversos eventos de massa, como festas estudantis ou futebolísticas, Portugal viu disparar de novo a incidência de casos de covid-19 no último mês, com alguns serviços de urgência a registarem níveis de afluência recorde nos últimos dias. 

Os modelos matemáticos, como o revelado pelo Instituto Superior Técnico, mostram que a possibilidade de uma sexta vaga pandémica no país «está a desenhar-se de forma muito intensa». E isso leva alguns sectores da Saúde a alertarem para a necessidade de serem reequacionadas algumas das últimas medidas implementadas, como o fim generalizado do uso de máscara em espaços fechados e dos testes gratuitos.

«Já sabíamos que com o alívio das medidas, em especial do uso obrigatório de máscara, ia existir um aumento do número de casos. Mas, a verdade é que passar de oito mil casos de média a sete dias para 14 mil casos, como aconteceu no último mês - e os últimos dados até já mostram que estamos nos 15 mil -, é uma subida muito acentuada», refere Gustavo Tato Borges, presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública, citado pelo DN.

Uma subida que, «não sendo alarmante, é preocupante», diz, «porque sabemos que há nesta altura uma dificuldade no acesso a testagem e que a linha SNS24 está assoberbada, o que leva a crer que estes números estejam até subdimensionados», acrescenta. Gustavo Borges nota ainda que a subida de incidência começa também «a reflectir-se no aumento de casos graves e da mortalidade, embora de forma menos acentuada».

Perante os indicadores de que uma sexta vaga pode estar a iniciar-se, o médico de Saúde Pública considera que seria aconselhável dar alguns passos atrás, admitindo um recuo no uso de máscaras. «Não só admito como recomendo. Aliás, nós manifestámo-nos contra o fim generalizado do uso obrigatório na altura em que o governo o decretou e penso que o ideal nesta fase seria reintroduzir a máscara em alguns espaços fechados com aglomeração de pessoas, como centros comerciais, supermercados e os locais de trabalho», diz. 

A excepção, admite, «poderiam ser, nas escolas, as salas de aulas, durante o tempo lectivo, desde que bem arejadas».
Independentemente de haver ou não esse recuo no uso das máscaras, Gustavo Tato Borges recomenda à população que mantenha a prudência que, admite, não tem visto nos últimos tempos. «Uma coisa é a máscara não ser obrigatória, outra é não ser precisa».

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