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2022-10-26

Espanhóis foram a Elvas aprender como se faz bacalhau dourado. E ficou soberbo 

Comecemos pelo fim. «Ficou uma delícia. E até faz um prato bonito. Vamos repetir a receita muitas vezes em casa», garantia Isabel Rodríguez Tejada, directora do Colégio Manuel Pacheco, em Badajoz, que deslocou a Elvas vários professores para aprenderem alguns dos pratos da gastronomia que se faz do lado de cá da raia. «Adoramos a vossa comida. Este bacalhau dourado é soberbo», adjectivava. Também se fez piripíri, enquanto o sericaia foi a sobremesa

 
   Recuemos até ao início. Touca de rede descartável na cabeça, avental e faca em riste. Com o manual das receitas na frente, os professores espanhóis sentavam-se ao longo de mesas corridas na principal sala da Arkus - Associação Juvenil, onde Raquel Real ia dando a «sua» aula de culinária. 

   Ninguém ficava de fora, porque todos tinham uma tarefa prática. Uns cortavam alhos, outros cortavam cebolas e havia ainda quem ficasse reservado para mexer o bacalhau já misturado com a batata palha e os ovos assim que o tacho fosse ao lume. 
 

   Antes disso, o bacalhau, que já estava demolhado, seguia para cozedura durante uns breves minutos. Estava no ponto. A água onde cozeu ficava ali à mão para o caso de haver sal a menos. E não, não se adiciona mais sal. Pelo menos, à partida. 

   A directora estava entusiasmada com o resultado de mais um projecto inserido na trajectória ERASMUS do seu colégio, que contempla intercâmbios com Elvas. Explicava-nos que, desta vez, escolheram a gastronomia portuguesa tendo como desígnio a «alimentação saudável, à base de produtos de proximidade. O que aprendermos aqui vamos levar para o nosso centro de ensino para oferecer aos nossos alunos e famílias», revelava.
 

   E porquê o bacalhau dourado? «Em Badajoz tentamos fazer em bares e restaurantes, mas queríamos ver como se faz na origem. Estamos próximos de Portugal e fazemos coisas semelhantes, mas há detalhes que vocês dão que nós não vamos dar. Temos que aprender», admitia.

   O bacalhau estava pronto. «Agora é só enfeitar a travessa com azeitonas pretas e salsa. Está ou não está bonito?», questionava Raquel, perante o estrondoso aplauso dos «alunos». A prova era o teste decisivo e mereceu nota de «cinco estrelas» com o epiteto de «soberbo»

   Já o presidente da Arkus, Carlos Beirão, dava especial relevância ao intercâmbio entre Portugal e Espanha potenciado por este género de actividades. «Eles querem conhecer a nossa cultura e adoram a nossa gastronomia. Querem saber como se faz», sublinhava o dirigente. «Estão habituados a comer num restaurante, mas é completamente diferente virem aqui aprender, tirarem apontamentos e levarem as receitas para a casa», resumia Carlos Beirão.
 
 


 
 
 

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