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2022-05-16

O Festival que criou uma nova marca no Alandroal

 
SOIL TO SOUL. «Já percebemos que o evento tem condições para sair do espaço do Castelo e envolver os restaurantes e mais produtores locais. Pode crescer de forma sustentável». As palavras do presidente da Câmara do Alandroal, João Maria Grilo, sublinhavam a aposta que a autarquia ambiciona manter no Soil to Soul perante o sucesso que a primeira edição do festival garantiu durante o fim-de-semana.


O evento que abriu portas à «tradição e saber fazer» - da gastronomia à produção agrícola, passando pela cultura e animação - afirmou-se desde o instante inaugural (manhã de sábado) como um argumento de atracção turística, à volta do mercado biológico e dos pratos confeccionados por sete dos melhores chefes de cozinha. O conceito estreou em Portugal, sob o lema «Somos o que comemos», depois de ter sido testado em Zurique (Suíça).



Centenas de visitantes foram passando pelo Castelo do Alandroal, com a curiosidade dos vizinhos espanhóis também terem marcado presença no evento que ajudou a dar pistas rumo ao futuro da organização de certames na região. Voltemos a escutar João Maria Grilo que aponta a um Alentejo mais unido: «É preciso circularmos todos mais na região. Tentarmos não fazer eventos ao mesmo tempo quando estamos muito próximos, para que as pessoas dos concelhos vizinhos
possam vir ao Alandroal e as pessoas do Alandroal possam ir aos concelhos vizinhos», salientava o autarca.


João Maria Grilo colocava o foco na necessidade de serem criadas novas dinâmicas entre os vários municípios, habilitadas a atrair cada vez mais visitantes de outras zonas do país e da Extremadura espanhola, do lado de lá do rio Guadiana.

«É importante que o Alentejo funcione como um todo e, cada vez mais, as pessoas sintam o que é isto de ser alentejano e estar em contacto com as realidades, que, às vezes, são muito diferentes, mas têm uma base  comum que tem de ser valorizada», disse o autarca, insistindo como «a presença de pessoas é muito importante para ajudar a fazer crescer o território». 
 
Os desafios em torno dos produtores
 
E quanto à produção exibida no Soil to Soul? Qual é, afinal, o caminho traçado? João Maria Grilo tem em carteira dois desafios, partilhados entre grandes e pequenos produtores.


Começava por dar o exemplo dos investidores da Terramay, que pegaram numa herdade com mais de 500 hectares e decidiram transformar toda a produção. «É um exemplo importante que nós decidimos apoiar», sublinhou o edil, sem perder de vista os projectos biológicos de pequenos produtores. «Persistem com coragem em fazer as suas pequenas explorações, com uma agricultura muito natural. Também precisam de apoio e de ser valorizados», assumiu.

João Maria Grilo acredita que também que será na valorização dos produtos e das tradições da terra que vai assentar o factor de atracção económica e captação de turismo. «É preciso fazer com que as pessoas sintam orgulho por tudo o que fazem.»

TEXTO Roberto Dores

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