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2023-12-06

Uma rota de copo na mão para pôr o vinho de talha no mapa

Está aí o novo produto turístico do Alentejo. Tem assento na Vidigueira, mas cruza mais de 20 municípios da região. Chama-se Rota do Vinho de Talha. Puxa pela técnica ancestral de produção que os romanos trouxeram para a Península Ibérica. Foi há 2 mil anos. Mas também contempla visitas a adegas, ao património e, claro, à gastronomia. Isto numa altura em que continua a avançar a candidatura à UNESCO

TEXTO | Roberto Dores
 
   Escutemos Rui Raposo, presidente da Câmara da Vidigueira, que explicou o andamento da nova rota à margem do Congresso de História e Património Vitivinícola do Alentejo que decorreu em Estremoz.

   «A rota está lançada. Estão identificadas todas as adegas e todos os territórios que se associaram a este projecto», pelo que está em vias de serem lançados pequenos roteiros, a par da divulgação de todos os espaços que fazem parte desta rota à boleia de um «microsite».

Congresso de História e Património Vitivinícola do Alentejo, que decorreu em Estremoz, terminou com a passagem de testemunho entre o autarca anfitrião, José Daniel Sádio, e Rui Raposo. O próximo congresso terá lugar na Vidigueira. 

  O projecto foi financiado pelo Turismo de Portugal, tendo a autarquia assumido a percentagem do investimento que não foi comparticipado, estando Rui Raposo plenamente convencido que o retorno vai justificar todos os meios, defendendo, acerrimamente, a união dos municípios alentejanos - são 22 - em torno desta aposta.  

   Sustenta que o vinho tem alavancado o sector turístico - no concelho há 14 adegas em produção - ao ponto do último investimento na Vidigueira ter orçado os 25 milhões euros, contemplado a construção de um hotel e um restaurante de gama média. «Mostra como o turismo vai atrás dos vinhos. Os territórios começam a ganhar muitos visitantes e notoriedade. A promoção do vinho de talha cresceu em projectos e já há jovens que se deslocaram das grandes cidades para criarem os seus próprios negócios. Com muita sustentabilidade», sublinha o autarca.

Centro Interpretativo do Vinho de Talha, em Vila de Frades, é um dos pontos estratégicos para dar início à nova rota.
 
   A rota de que agora se fala surge alinhada entre os municípios que integram a candidatura da «técnica de produção ancestral do vinho de talha» a Património Imaterial da Humanidade da UNESCO. O processo continua a ser liderado pela Câmara da Vidigueira, tendo sido já feita a inscrição no Inventário Nacional. Passo que, recorde-se, precede a candidatura junto da UNESCO agora conduzida pelo Estado português. 

   «Tem sido um trabalho feito com muita calma. Quando iniciámos, há cinco anos, tínhamos apenas seis municípios. Entendi que devíamos alargar a outros municípios, para dar escala ao Alentejo, e tornar o nosso território muito mais forte», enfatiza Rui Raposo, sublinhando como, juntando mais vozes, a região irá estar mais habilitada «a discutir assuntos que hoje estão exclusivamente nas áreas metropolitanas».

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