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2023-06-28

2023 vai dar muito e bom vinho. Mas o Alentejo tem que se adaptar ao clima

 
O ano passado ficou distante de ser brilhante ao nível da produção de vinho no Alentejo, mas 2023 promete uma colheita ao melhor nível, segundo revelou ao Sul Ibérico João Portugal Ramos durante uma vista à sua adega em Estremoz

TEXTO l Roberto Dores

FOTOS l CME
 
   «2023 foi um ano trágico para a agricultura portuguesa, mas para a vinha temos pela frente uma colheita promissora», sustenta o empresário, ressalvando a velha máxima, segundo a qual «até ao lavar dos cestos é vindima". 

João Portugal Ramos prefere «não deitar foguetes antes da festa», segundo afirma o próprio empresário - que se instalou no Alentejo em 1980, ainda um jovem engenheiro agrónomo - reiterando que as indicações actuais anunciam uma campanha generosa. 

   Aliás, ressalva que a «constância da qualidade das colheitas» é uma marca peculiar no Alentejo. «É muito importante para quem está no negócio. Não dá para ter colheitas más», sublinha, alertando para a importância do sector se adaptar rapidamente ao fenómeno das alterações climáticas.

   «O clima tem influência em todos os produtos. O vinho nasce da vinha, que é um produto agrícola que está nas regiões a sul da Europa», enfatiza, atestando como o clima mudou por cá, registando-se mais calor. «Tem que se fazer uma viticultura mais adaptada a climas quentes. Temos que ter consciência que isto é uma fase em que nós estamos e temos que nos adaptar ao que o tempo nos vai oferecendo», assevera o empresário. 

   Opinião corroborada pela própria ministra da Agricultura. Maria do Céu Antunes, durante a sua recente passagem por Évora para a reunião do Conselho de Ministros, destacou que o Alentejo vai ser preparado para responder aos efeitos das alterações climáticas, à boleia do Plano de Eficiência Hídrica que em breve será submetido a discussão pública. O fio condutor aponta à importância da água no desenvolvimento da agricultura.
 
   «Temos que preparar o nosso território para isso e acelerar a adaptação e mitigação desses efeitos», acrescentou a governante, recordando que o Alentejo tem 16% da superfície agrícola útil regada, necessitando de poupar 15% da água que gasta e armazenar outro tanto nas suas albufeiras.
 

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