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2023-08-21

«A paisagem e a água das Azenhas d´El Rei são uma perdição para quem está acostumado à Caparica»

 
Marta, Cristina e Tiago acabam de chegar ao areal da praia das Azenhas d´El Rei. Tornou-se célebre quase num estalar de dedos, depois da inauguração em 2022. Estamos em Montejuntos, concelho do Alandroal. Vamos a banhos?  «Se calhar é melhor. Hoje está mais calor do que ontem. Ainda nem é meio-dia e o carro já marcava 36 graus. Desculpem, mas eu vou já dar um mergulho», anuncia Tiago
 
TEXTO l Roberto Dores

 
    Os três amigos apresentam-se como sendo turistas da zona de Lisboa a passar uma semana de férias pelo Alentejo. Ficaram alojados em Évora e esta segunda-feira decidiram repetir a experiência de domingo. «Conhecemos mal a região, mas ontem viemos a esta praia e adorámos. Queremos ver mais coisas, muitas coisas, mas esta paisagem e a água quase morna são uma perdição para quem está acostumado à Caparica, Fonte da Telha e Sesimbra», compara Marta.

   «Acho que a água ainda está melhor do que ontem», atesta Tiago, já mais fresco, numa altura em que as palhotas se apresentam totalmente preenchidas, tal como as generosas sombras oferecidas pelos sobreiros. Resta ao trio de amigos espetar o guarda-sol na areia e esperar por uma oportunidade na hora de almoço.
 
 
   Ressalva. Nas Azenhas d´El Rei o facto de já não haver sombras não significa «enchente perturbadora». Nada disso. A serenidade estende-se pelos cerca de 150 metros de areia macia banhada pelas águas de Alqueva. A zona da relva permite ainda a duas crianças jogarem à bola com o pai. Ou darem uns toques, como se diz na gíria. 

   São uma das famílias de espanhóis que esta segunda-feira cruzaram a fronteira para mergulharem na praia de Montejuntos. «Viemos da Badajoz. É a terceira vez que vimos aqui este ano. Gostamos muito, porque sentimos muita segurança e é perto de casa, pouco mais de 60 quilómetros», atesta o pai, Sebastián Guerrero.
 

   Caminhamos para as 13.00 horas quando os termómetros já «pisam» os 40 graus. No ponto mais elevado prepara-se o almoço no biológico restaurante Raya. O mesmo que pertence à Terramay, autora de um projecto de agricultura regenerativa no Alandroal, e que tem tido um papel relevante na promoção da praia fluvial que mudou paradigmas por esta região.

   André Canoa fala em nome do restaurante para sublinhar o sucesso desta zona balnear. «Temos tido muita clientela, felizmente. Sobretudo, portugueses, mas também muitos espanhóis e alguns turistas do Norte da Europa, que nos descobrem pela promoção turística, imprensa, redes sociais e passa a palavra, que é forma mais antiga de publicidade», enfatiza, congratulando-se pelo sucesso da casa onde trabalha há dois anos. «É um conceito com futuro. Desafiamos as pessoas a virem cá experimentar.»  
 

 

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