2023-11-20
Acidentes na estrada aceleram envelhecimento entre idosos
As vítimas de acidentes rodoviários com mais de 74 anos registam sequelas físicas mais graves do que as vítimas com idades mais baixas, segundo revela um estudo desenvolvido por investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP)
Segundo a professora e médica Teresa Magalhães, as pessoas de idades mais avançadas, mesmo ao sofrerem lesões que não são muito graves, apresentam maiores sequelas do que aquilo que é expectável para um adulto de idade média. Mas o problema agrava-se quando a vivência do traumatismo os afasta do seu meio de vida e das suas rotinas, «acelerando muito o processo de envelhecimento», sublinha a especialista.
O estudo, publicado no «Journal of Clinical Medicine», analisou as lesões agudas semelhantes entre um grupo de pessoas idosas e outro de adultos (até aos 64 anos) que foram vítimas de um acidente rodoviário - cada um com um universo de 239 pessoas, para compreender as diferenças em termos de impacto dos danos. Os investigadores concluíram que as sequelas - sendo as mais comuns as ortopédicas -, foram quase duas vezes mais frequentes nas pessoas idosas.
Por outro lado, são os idosos que mostraram maiores incapacidades devido às sequelas, como andar ou a realizar tarefas diárias, «o que resulta numa maior perda de autonomia, tornando-os muito facilmente dependentes de terceiros».
Perante os resultados, os investigadores apontam para a necessidade de se mudar a forma como o dano pós-traumático é avaliado, justificando que «não chega avaliar a sequela a nível do corpo com base na tabela [de incapacidades permanentes] para podermos compreender todas as consequências na vida de cada um».
Ou seja, uma sequela no joelho vai ter repercussões diferentes conforme as pessoas, pelo que é preciso perceber como fica a sua função. O estudo concluiu que se for alguém que corre todos os dias, e se isso para si for algo absolutamente relevante, vai ter um prejuízo.
