FAABA alerta para “cenário dramático” no setor pecuário extensivo e acusa falhas na eficácia das vacinas
A Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo (FAABA) enviou esta quinta-feira uma carta ao ministro da Agricultura e Mar a exigir medidas de apoio e salvaguarda para o setor agropecuário em regime extensivo, fortemente afetado pela Doença da Língua Azul (Febre Catarral Ovina).
Segundo a Federação, a doença “grassa com violência” nas zonas que tinham sido menos atingidas em 2024, mas também “se manifesta de forma significativa” nos efetivos que já tinham sido acometidos no ano passado. Os agricultores denunciam ainda que “as vacinas autorizadas para estes serotipos não têm tido nem o efeito preventivo pretendido, nem a cobertura populacional desejada”.
O número de mortes entre os animais é, de acordo com a FAABA, “três vezes superior ao esperado para esta época do ano”. Os prejuízos — somados aos do ano anterior — “não foram, longe disso, compensados pelas ajudas disponibilizadas e, ainda por cima, tardiamente implementadas”, lamenta a estrutura.
A Federação sustenta que o setor atravessa “momentos difíceis”, agravados pela “ausência de políticas adequadas ao setor e capazes de estimular a fixação das pessoas nos meios rurais”, pela “falta de renovação geracional e de mão-de-obra”, e pelas dificuldades de acesso à terra e de investimento.
A FAABA apela ao Ministério da Agricultura para, “em conjunto com as organizações representativas dos produtores de pequenos ruminantes”, encontrar soluções que travem “o definhamento destes sectores”. A entidade reitera a sua disponibilidade para participar no processo, sublinhando que a resposta deve incluir “uma nova abordagem à prevenção e controlo da doença da Língua Azul”.