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2024-02-10

Agricultura precisa de jovens, mas terá que se modernizar

 
O envelhecimento dos agricultores e a falta de interesse dos jovens por esta actividade são duas das principais ameaças ao sector primário em Portugal. O problema é mais sentido no Interior, onde o despovoamento deixa cada vez mais campos abandonados
 
   A solução passa por modernizar e valorizar a agricultura, para que os jovens se sintam atraídos por ela. É um dos caminhos apontados por um estudo que a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte (CCDR-Norte)  apresentou e que se debruça sobre os desafios do sistema agro-alimentar da região.

   O estudo apresenta um diagnóstico e uma visão estratégica para um ecossistema agro-alimentar competitivo, resiliente e sustentável, tendo sido realizado por uma equipa de 20 investigadores, que foi coordenada por Fontainhas Fernandes e Alberto Baptista.

   Fontainhas Fernandes avisa que alguma coisa tem de ser feita, pois o principal problema da agricultura, sobretudo no Interior, é «a quebra demográfica e o envelhecimento». Realça que «dentro de dez anos, os agricultores de hoje desaparecem». Ora, «não existindo os cuidadores da paisagem, o que é que se faz a esta região?».

   A resposta passa por convencer jovens a serem agricultores. Uns agricultores modernos que olhem para a agricultura como «algo ligado à tecnologia». É que «dentro de uns anos a agricultura vai ser inteligente», nomeadamente em áreas que usem «rega gota-a-gota, sensores, drones, agências espaciais para a cartografia e todo um conjunto de novas ferramentas».

   No âmbito da valorização da actividade do agricultor, Fontainhas Fernandes dá o exemplo do sucesso da formação em Enologia, muito procurada, em contraponto com a Engenharia Florestal, que poucos jovens querem, mas que garante emprego.
 

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