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2023-06-22

Alentejo abre porta a novos investidores com terminal de carga no Alandroal

Há vários anos que sete concelhos do Alentejo Central reclamam a construção de um terminal ferroviário de mercadorias para o Alandroal que responda ao Corredor Internacional Sul. Têm alegado que sem cargas e descargas a região ficaria a ver passar os comboios. Mas esta quarta-feira o primeiro-ministro disse o que os autarcas queriam ouvir

TEXTO l Roberto Dores

   «No ponto em que estamos, em que a viabilidade técnica está demonstrada, em que o essencial da viabilidade económica está demonstrada, em que há uma base económica que assegura a viabilidade deste terminal, acho que temos de dar o passo seguinte, que é avançar», referiu António Costa.


   O músculo da extracção do mármore e a indústria agrícola justificam tal investimento na região, assegurou o primeiro-ministro, enquanto João Maria Grilo, presidente da Câmara do Alandroal, traduzia a voz do optimismo.

   Admitia que o terminal de carga na futura linha ferroviária vai ter a capacidade de revitalizar as indústrias tradicionais e atrair novos investidores à região, mas também estará a potenciar «novos povoadores», referia. 

   O «empurrão» dado pelo chefe do Governo, acrescentava ainda o autarca, atesta como «valeu a pena» o trabalho realizado pelas câmaras da região -   Alandroal, Vila Viçosa, Estremoz, Redondo, Sousel, Reguengos de Monsaraz e Borba - ao lado da empresa Infraestruturas de Portugal demonstrando a viabilidade do projecto. 

   «Chegámos ao ponto que ambicionávamos e agora é continuar a trabalhar numa plataforma que vai ser geradora de investimento e dinâmicas económicas», acrescentava João Maria Grilo, enquanto o presidente da Câmara de Estremoz, José Daniel Sádio, apontava ao crescimento económico alavancado pelo terminal na rede de alta velocidade.
 
  «Ganhamos apetência naquilo que é a decisão de investimentos no Interior", destacava, dando o exemplo dos benefícios que Estremoz vai colher pela possibilidade de estar a 20 minutos do local onde deverá nascer o terminal.
 

   O autarca falava de um eixo fundamental para o país e para a Europa, recordando que todos os municípios ambicionam captar investidores. «Temos a  riqueza dos mármores e ao termos aqui a capacidade de chegar mais rápido e com menos custo ganhamos interesse na óptica do investidor. Não podemos perder a oportunidade no futuro e ver passar o comboio só por aqui sem parar», resumia.

   António Costa acrescentava que agora é preciso fazer o resto do caminho para tirar partido do potencial que o terminal proporciona. «Tal como se fizeram à estrada para fazer o estudo, agora é fazerem-se à estrada para atraírem as empresas que possam aproveitar a existência desse terminal.»

   O primeiro-ministro manifestou o seu apoio à futura plataforma de cargas e descargas após a visita às obras da ferrovia, traduzidas no maior investimento no sector dos últimos 100 anos, que  vai duplicar a capacidade ferroviária do porto de Sines e encurtar a distância entre o Litoral Alentejano e a fronteira com Badajoz em três horas e meia. O projecto estará pronto em 2024.
 
 

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