2023-07-10

Amigos do Penico inventaram a paelha de lagostins que brilhou no Fora da Casca

Estava anunciada para as 20.00 horas de sábado com recurso a uma espécie de cartaz colocado sobre uma arrojada frigideira, já montada em cima do fogão habilitado a cozinhar a iguaria. Se resultasse, a paelha de lagostins que o grupo motociclista «Os amigos do Penico» se propunha fazer receberia o rótulo de inovação mais vincada do Fora da Casca 2023. E resultou

TEXTO l Roberto Dores

 
   «Arranjámos o material necessário, que foi a paelha (frigideira própria) e o fogão. Depois, juntámos cozinheiros bons e assumimos o risco para tentar inovar», explica Bruno Carreiro, um dos elementos do grupo motociclista de Cabeça de Carneiro, que marcou presença no Castelo do Alandroal.
 
   Justifica que viaja muito por Espanha e que tem conhecido «algumas paelhas», além de ter feito mesmo um curso - com um grupo - em torno da célebre iguaria originária de Espanha, há cerca de 12 anos.

   A paelha foi cozinhada lentamente, ao longo de duas horas, enquanto foram acrescentando bocados de lagostim para ir dando gosto. «Não sabíamos ao certo a quantidade de arroz que devíamos fazer e também receámos que o arroz se pegasse ao fundo do tacho. Mas felizmente correu tudo bem e as pessoas gostaram muito», congratula-se. Os lagostins completos só foram colocados sobre o arroz no final.

Mais de 3 mil pessoas passaram pelo Castelo do Alandroal durante três dias.

   Um detalhe curioso revelado por Inácio Carvalho, outro membro dos Amigos do Penico que também deitou mãos à paelha, ao lado de Leonel Martins e Hugo Carvalho: o prato foi servido aos clientes sem ser sujeito à aprovação dos cozinheiros. «Um bom cozinheiro nunca prova a comida. Temos que ter confiança em nós próprios», argumenta. 

   Tal como manda a tradição em vários restaurantes de Valência, a paelha foi colocada em cima de uma mesa para ser fotografada e começou a ser servida para o jantar.

Presidente da autarquia, João Maria Grilo, garante que o «Fora Casca» está consolidado. FOTO l Nuno Mendes

   A paelha traduziu uma das inovações que marcou esta edição do Fora Casca e que mereceu o aplauso do presidente da Câmara do Alandroal, João Maria Grilo. «É excelente assistirmos ao esforço que as associações aqui presentes fazem para apresentar novos formatos de lagostins, caracóis e caracoletas», assumiu o autarca, para quem este festival «já está consolidado», depois desta edição ter levado mais de 3 mil pessoas ao Castelo ao longo de três dias.

   «Além da forte adesão dos naturais do concelho, tivemos gente dos concelhos vizinhos e alguns espanhóis. O Fora da Casca já é uma tradição e basta dizer que está na agenda que as pessoas aparecem», sublinhou o edil, destacando o cariz «anticrise» do evento, com «acesso a todos», proporcionado pelos preços da gastronomia e com a oferta diversificada de espectáculos, entre concertos e DJ até de madrugada. Um convite aos vários públicos.
 
 
 
 
 
 
 
 

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