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2023-05-06

Âncora de um célebre navio da Armada homenageia Marinha no Alandroal

O nome técnico é «ferro», mas na vida civil chamamos-lhe «âncora». O que vemos na imagem em cima tem uma longa história ao serviço da Armada, mas desde este sábado passou a assumir o estatuto de peça emblemática no Mural que o concelho do Alandroal ergueu à Marinha de Guerra Portuguesa. Pesa cerca de duas toneladas e está chumbado na pedra
 
TEXTO l Roberto Dores
 
   A âncora pertenceu ao navio Bérrio, que foi construído no Reino Unido em 1969, sendo adquirido pela Armada Portuguesa em 31 de Março de 1993. Participou em diversos exercícios nacionais e internacionais e esteve em diversos teatros de operações e missões no âmbito do apoio à política externa do Estado. Passou ao estado de desarmamento para abate a partir de 1 de Junho de 2020.


   E como é que tremenda peça foi parar ao concelho do Alandroal? Licínio Morgado, presidente da Delegação de Fuzileiros de Juromenha/Elvas, justifica que nesta homenagem feita aos marinheiros era imprescindível ter um detalhe emblemático. 

   «Uma das coisas mais marcantes para a Marinha é, precisamente, o ferro», disse, congratulando-se com o facto do Chefe do Estado-maior da Armada, almirante Henrique ​Gouveia e Melo, ter concedido a âncora. «Fomos buscá-la e aqui está», assumindo tratar-se de «um monumento de grande dignidade, que representa o que é a história da Marinha. Se reconhecermos o passado, seguramente, teremos um futuro risonho».


A importância de chegar às «novas gerações»
 
   Já antes o vice-almirante António Cândido tinha aplaudido o Mural que evoca todos os que «passaram e estão» ao serviço da Marinha, enquanto o presidente da Câmara, João Maria Grilo, destacava o contributo da população do concelho para «aquilo que Portugal é». 
 
 
   «Alandroal teve sempre gente que abraçou as carreiras militares e carreiras de segurança e nunca fugiu dessa responsabilidade», sublinhou o autarca, revelando ter muitos amigos nestas profissões, que se viram forçados a abandonar a terra natal.

   «Sei o que é esse sentimento de deixa r a terra. Às vezes por falta de oportunidades, mas também porque há um chamamento de serviço ao país. Sei o que é estar longe, pensar no concelho e, às vezes, ter que percorrer o Mundo. Esta homenagem  é justíssima», sustentou João Maria Grilo.

 
   O autarca destacava ainda que o local escolhido - na rotunda junto ao terminal rodoviário - não podia ser mais feliz. «É onde as novas as gerações chegam para irem à escola e regressam. Sem memória, sem envolvimento entre gerações, sem sentido do que é mais importante, depressa se desvanecem as prioridades e depressa perdemos a identidade», enfatizou o edil.
 

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