Notícias

2022-12-21

As voltas que a árvore de Natal deu até se tornar tradição

 
Para encontrarmos o fio à meada temos que recuar até 1510 e fixarmo-nos por uns instantes na Lituânia. Reside por aqui a primeira referência a uma árvore de Natal, atribuída a Lutero, autor da reforma protestante. Depois de um passeio, Lutero terá aparecido com um abeto decorado com uma estrela no topo e com velas, simbolizando o céu estrelado do dia do nascimento de Jesus

   Há quem garanta que as raízes da árvore de Natal vão para lá da celebração do próprio Natal, ainda do tempo em que os romanos enfeitavam árvores por ocasião da Saturnália. Era a festa em honra a Saturno, deus da agricultura. Já os egípcios enfeitavam a casa com galhos verdes no Solstício e os druidas decoravam carvalhos também na mesma altura.

   Avancemos uns séculos até à chegada da árvore de Natal a Portugal, tal como a conhecemos: um pinheiro ou abeto, adornado e iluminado, que se monta durante toda a época de Natal até ao dia de Reis.

   Para percebermos mais a fundo a tradição ainda «viajamos» até à Alemanha, onde S. Bonifácio, no século VII, usava a forma triangular do abeto como símbolo da Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo), tendo substituído o carvalho como árvore sagrada. Este costume ganhou força durante o século XVI, em especial na Alemanha, e daí espalhou-se a praticamente toda a Europa. 

   A Portugal chegaria apenas no século XIX. Foi D. Fernando II que em 1844 viria a surpreender a família com um pinheirinho enfeitado com doces, ao lado do qual colocou presentes. O segundo marido da Rainha D. Maria II e Príncipe Consorte de Portugal, era alemão e primo de D. Alberto, casado com a Rainha Vitória do Reino Unido.

   Os dois primos, que cresceram com as tradições germânicas, foram responsáveis pela introdução dos costumes de Natal em Portugal e Reino Unido. D. Fernando II  montou uma árvore de Natal para a esposa e filhos e distribuiu presentes vestido de São Nicolau. Em Inglaterra, D. Alberto fazia o mesmo.

   A tradição da árvore de Natal custou a «pegar» por cá, esbarrando com alguma resistência, continuando o presépio a assumir-se como a principal decoração da quadra.

   E quanto às bolas que enfeitam a árvores? A história conta que foram criadas em 1847 por um soprador de vidro de Lauscha, na Alemanha. Esse enfeite passou, então, a ser produzido de diferentes formas e tamanhos. Com o tempo, outros enfeites foram acrescentados na decoração da árvore de Natal. Um deles é a estrela, que simboliza a estrela de Belém, uma referência, entre os cristãos, ao nascimento de Jesus.

Artigos Relacionados

« Voltar