2022-02-14

Autarca alerta que é preciso salvar tradições atractivas ao turismo

"A identidade cultural do nosso território está em risco e precisa de ser preservada, para que não se perca nos próximos dez anos". O alerta é dado pelo presidente da Câmara do Alandroal, João Maria Grilo, ressalvando que está em cima da mesa "um desafio muito grande" para garantir o repositório das tradições regionais, cuja diversidade tem marcado pontos na atracção turística.

O autarca revela que o concelho vai lançar uma "academia de saberes", avançando com um projecto de "recolha, sistematização e preservação de tradições". Uma aposta em nome da salvaguarda da identidade que vai, por exemplo, da produção de queijos e enchidos ao mel ou planta aromáticas. 

"Se não preservarmos a nossa identidade, dentro de dez anos, em vez de termos 50 tipos de chouriço e 80 tipos de queijo, teremos metade ou menos", vaticina o edil, deixando este aviso: "Isso seria desastroso para a nossa identidade e para aquilo que pretendemos ser, enquanto região turística baseada nas experiências e vivências locais".

João Maria Grilo defende que estas tradições devem ser transmitidas "a quem pretenda desenvolver negócios com base nelas", revelando que o próprio município vai tentar ajudar a criar circuitos de comercialização destes produtos

O edil alerta ainda que a aposta nesta academia de saberes vai abrir uma porta à preservação de tradições, numa altura em que as idades avançadas de quem domina determinadas técnicas já impõem uma baixa taxa de continuidade de alguns projectos.

"Isto implica que haja pequenos negócios que estão em risco, porque não têm renovação geracional", insiste o presidente da Câmara do Alandroal. Avança que tem havido, ao longo do tempo, projectos de apoio à criação de novos negócios nesta área "que têm feito um caminho importante", confirma, mas fazendo notar que "não é suficiente".

Esta aposta da autarquia do Alandroal conjuga-se com o investimento que vai ser feito no futuro Viveiro de Empresas na Zona Industrial de Alandroal, cujo concurso de construção já foi publicado em Diário da República, com um orçamento superior ao meio milhão de euros e um prazo de execução de 365 dias.

 

Roberto Dores