Bienal Internacional do Alentejo (de Artes Plásticas) ambiciona projectar Estremoz além-fronteiras, juntando artistas credenciados e jovens em início de carreira. A organização espera conseguir abrir portas ao «regresso» de artistas alentejanos à sua terra. O evento está agendado de 22 a 26 de Março de 2023, mas já foi apresentado publicamente
TEXTO E FOTO | Roberto Dores
A vocação transfronteiriça da BIALE foi destacada por Hugo Guerreiro, chefe da divisão Sociocultural de Câmara de Estremoz, para quem o evento configura uma «oportunidade de encontro entre artistas e públicos de ambos os lados da fronteira», juntando Alentejo e Estremadura espanhola.
Referiu que é «a oportunidade para tornar Estremoz no interface transfronteiriço», no qual «artistas alentejanos e estremenhos interajam, contactem e troquem experiências», insistiu, ficando a aguardar que este passo accione a «luz verde» rumo a um trabalho conjunto entre ambas as regiões.
«Este é um desafio que, a ser concretizado, dará espaço de crescimento à BIALE. Não há nada de semelhante entre o Alentejo e a Estremadura, pelo que há aqui algo de novo que a Artmoz pode aproveitar para inovar. Há que aproveitar o momento», vincou Hugo Guerreiro.
Carlos Godinho, dirigente da Artmoz, a associação cultural organizadora da BIALE, explicou a aposta na Bienal Internacional do Alentejo com o facto de não haver na região nenhum evento de expressão internacional.
O objectivo, referiu, passa por fazer chegar a arte pública às pessoas, tirando partido «do grande capital artístico que o Alentejo tem», procurando que os jovens «que saem do Alentejo para procurar o futuro regressem ao Alentejo e que aqui possam apresentar os seus trabalhos e terem expressão ao nível internacional».
A meta está definida. «Criar uma marca a Sul do Tejo no contexto nacional naquilo que diz respeito às grandes bienais», revela Carlos Godinho ambicionando atingir a expressão desejada pela organização em seis anos, concentrando no parque de Feiras de Estremoz «artistas de renome internacional».
A vice-presidente da autarquia, Sónia Caldeira, destacou a importância da união em torno deste projecto «para ganhar escala e crescer», sustentou, alertando para a necessidade de se encontrarem mais parceiros que possam reforçar os financiamentos disponibilizados pela Câmara
A autarca puxou pela localização geográfica de Estremoz - a hora e meia de Lisboa e a 40 minutos da fronteira - a que juntou os equipamentos socioculturais e recursos humanos que fazem do concelho um «local de excelência para a realização de um festival que agregue várias propostas artísticas», disse reportando-se aos nomes internacionais, habilitados a atraírem diferentes públicos.
«Aquando da elaboração da nossa estratégia municipal para a cultura, percebemos que havia espaço para a realização de um grande festival de artes plásticas no Alentejo e que Estremoz seria o palco certo», acrescentou a edil.
Além do apoio do Município, a Artmoz já conquistou algumas parcerias, onde se inscrevem a Sociedade Nacional de Bela Artes e a Direcção Regional de Cultura do Alentejo.