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2022-11-05

Caçadores queixam-se do roubo de cães no Alentejo. Braco Alemão é o preferido e custa milhares de euros

Nas redes sociais já há grupos que foram criados apenas para tentar localizar cães de caça furtados. Foi assim que recentemente um caçador de Évora recuperou o seu cão no Montijo. A GNR está a investigar

TEXTO | Roberto Dores
 
   A denúncia parte do presidente da Federação Nacional de Caçadores (Fencaça), Jacinto Amaro, sublinhando que o caso do colega de Évora correu bem, mas não faltam exemplos do contrário. Justifica que quando o caçador foi buscar o cão, acompanhado das autoridades, se deparou com cerca de uma dezena de outros animais amarrados com arames ou cordas e sem água.

   Segundo o dirigente, esta é a altura mais crítica para o roubo de cães, por ser época de caça. Diz Jacinto Amaro que quem se dedica a esta prática criminosa não tem interesse em roubar animais, por exemplo, em Janeiro, porque implicaria ter que os alimentar vários meses até ter porta aberta para arranjar comprador. 

   Também por isso, temos assistido a, cada vez, mais cães perdidos, doentes, e muito distantes do lugar a que pertencem havendo quem já recorra a bisturis para retirar o «chip» aos animais.

   O Braco Alemão, que pode custar entre 3 mil e 10 mil euros, é o preferido, mas há outros cães  de parar que têm desaparecido, onde se inscreve, por exemplo, o Perdigueiro Português.

   E quem compra estes cães? Jacinto Amaro diz que são alguns caçadores, que, antes da aquisição, deviam tentar perceber a proveniência dos animais. «Estamos a falar de cães de raça pura que aparecem baratos e são bons para caçar. Se um Braco Alemão é vendido a 500 euros alguma coisa estranha se passa», sublinha, acrescentando que alguns exemplares vão para o estrangeiro, embora já tenham sido encontrados em Portugal cães provenientes de Espanha.
 
GNR investiga roubo de cães para venda em Espanha
 
   O agudizar deste género de crime levou a GNR para o terreno para investigar a existência do furto de cães para venda no estrangeiro, nomeadamente, em Espanha, com «chips» novos.

   Citado pela TSF, Ricardo Alves, o chefe da Divisão de Técnica Ambiental do Serviço de Protecção da Natureza e Ambiente (SEPNA) revela que a guarda tem colaborado com as autoridades espanholas e que o problema também existe em Espanha.

   A investigação da GNR, em casos como este, parte, sobretudo, de queixas nas redes sociais, mas esta força de segurança também tem uma linha telefónica que recebe denúncias.

   A linha Ambiente e Território é o 808 200 520. Funciona 24 horas por dia e regista queixas de situações que possam ir contra as leis que protegem o ambiente e o ordenamento do território.

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