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2022-11-22

Com fado e barro se aumentam as dormidas do turismo em Estremoz  

Se percorrermos o concelho de Estremoz concluímos facilmente que atracções não faltam. Há património, cultura, gastronomia, vinho, paisagem. Fins-de-semana - e não só - repletos de actividades. Há um mercado singular aos sábados. Há espaço para, simplesmente, não fazer nada, privilegiando o descanso. Perante este rol de ofertas, como é que se explica que, mesmo assim, os mais recentes números do Instituto Nacional de Estatística apontem o concelho de Estremoz com tendo das mais baixas taxas de pernoita ao nível do distrito de Évora? E como se pode inverter favoravelmente esta realidade?


   O tema esteve em cima da mesa redonda que esta terça-feira debateu «Estremoz enquanto destino turístico», nas instalações da João Portugal Ramos Vinhos, onde participaram entidades públicas, agentes turísticos e empresariais ligados à hotelaria e à restauração.

   O presidente da autarquia, José Daniel Sádio, assumiu que não basta os visitantes chegarem numa manhã, almoçarem e partirem para outros locais. «É estar cá à sexta-feira, sábado e domingo, porque todos ganhamos», assume o edil, revelando ter o município dado início à definição de um plano estratégico, que ambiciona envolver os agentes económicos, garantindo sinergias entre os vários sectores de actividade.


   Entre as prioridades que, na perspectiva municipal, poderão resultar na captação de turistas para permanecerem mais tempo no concelho, está a conjugação de dois elementos  com a classificação de património mundial: o fado e o próprio figurado de Estremoz.

   Sobre os célebres bonecos de barro, os últimos tempos têm somado promoção, atestando a relevância da chancela concedida pela UNESCO. E quanto ao fado? 
 
   O objectivo descrito por José Daniel Sádio abre a porta à realização de um festival à escala nacional, que não perde de vista o alcance além-fronteiras. «O mês do fado será uma aposta forte que se quer no médio prazo», revelou o autarca, recordando os primeiros passos que já foram dados este ano.

   O festival do fado é, de resto, mais uma das apostas de grande monta que a autarquia de Estremoz se propõe realizar, colocando ainda na linha frente a participação em grandes certames em Portugal e estrangeiro.
 
   A questão da «curta estadia» nas unidades hoteleiras estremocenses mereceu um conjunto de outras propostas, tendo sempre as «sinergias» entre os empresários como dominador comum. 


   Vera Magalhães, directora do Enoturismo do Grupo João Portugal Ramos Vinhos, revelou que como os visitantes, que chegam de Lisboa ou Évora, se limitam a fazer os programas, almoçam e seguem viagem. «Sentimos que é um problema enorme aqui em Estremoz. Temos que trabalhar todos juntos» disse, sugerindo a criação de  programas para vender aos operadores, fomentando «visitas conjuntas». E deixou este alerta: «Se trabalharmos cada um para seu lado, tiramos proveito próprio para nós. Mas não vamos a lado nenhum e não contribuímos em nada para Estremoz».
 
 

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