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2023-01-10

Cuidado com a lagarta do pinheiro. Ela já anda aí

 
Irritação na pele, nos olhos e no aparelho respiratório. Eis alguns dos efeitos nocivos provocados pelo contacto com a lagarta do pinheiro (ou processionária), que podem chegar ao enfraquecimento e até às vertigens. A época crítica já começou, tendo sido detectada a presença de lagartas num pinheiro da Escola Básica de Veiros (Estremoz). Os sapadores resolveram o problema, mas todo o cuidado é pouco nestes tempos em que a processionária já anda por aí


TEXTO Roberto Dores

   O alerta dado pela Direcção-Geral da Saúde (DGS) mantém-se actual há vários anos, sobretudo porque nos últimos tempos há o registo no Alentejo de «ataques de elevada intensidade desta praga», que são atribuídos, principalmente, às condições climáticas verificadas.

   As lagartas libertam milhares de pêlos urticantes que se espalham pelo ar, podendo causar graves reacções alérgicas, pelo que a DGS alerta que nas «escolas e outros locais onde estejam presentes crianças, deve-se impedir o seu acesso à zona das árvores atacadas», sobretudo nesta época do ano, quando as lagartas descem dos pinheiros. Os cuidados devem ser redobrados até Abril.

   As autoridades de saúde vêm chamando a atenção para a necessidade de se avançar com um método preventivo do aparecimento da praga, aconselhando a colocação de armadilhas sexuais para captura das borboletas macho nos pinheiros antes do final da Primavera.

   Os tratamentos insecticidas com os produtos autorizados só são eficazes nos primeiros estádios de desenvolvimento das lagartas, geralmente entre Setembro e meados de Novembro. A destruição mecânica dos ninhos até finais de Dezembro, sempre que possível de efectuar, é um excelente meio de limitar a praga.

   Outra solução. As chamadas procissões de lagartas, que podem ocorrer até Abril, são uma oportunidade para interceptar e destruir este insecto, antes que se enterre no solo.

   Segundo as investigações já realizadas em torno do comportamento das lagartas, o problema é quando descem das árvores em direcção ao solo, precisamente à procura de um sítio onde se possam enterrar e completar o ciclo de vida. Há quem considere que a melhor solução seja o abate das árvores, mas os especialistas garantem que essa medida é errada e desnecessária, sugerindo antes a colocação de cintas adesivas, quando os ninhos não são muito grandes, podendo instalar-se nos troncos uma espécie de mangas com um líquido - pode ser água - que impeça as lagartas de fazerem o percurso até ao solo.
 
E o que fazer em caso de contacto com a processionária? 

DICA A RETER. Caso tenha sintomas de prurido, prurido ocular, espirros, dificuldades respiratórias, náuseas, vómitos, sensação de desmaio ou outras manifestações associadas, o recomendado é ligar para a linha SNS 24 ou dirigir-se a uma unidade de saúde, segundo avança a DGS, desaconselhando a aplicação de pomadas ou a toma de qualquer medicamento. Se quiser, pode lavar ou passar água na zona afectada para aliviar os sintomas.
 

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