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2022-07-10

Do jogo do 12 ao 3 em linha mexendo pedras e pedrinhas


ALANDROAL. «É fácil. O alquerque é parecido com as damas, apesar de ter umas coisas algo diferentes. Mas quer ver uma jogada?», pergunta-nos o Tiago manuseando as pedras sobre o tabuleiro, abrindo o jogo para, num só movimento, «comer» duas pedras ao adversário e garantir a vitória na partida. «Já está», resume
 


   Tiago, que demonstrou como se joga no alquerque dos 12, foi uma das crianças participantes num fim-de-semana de regresso ao passado no Alandroal, à boleia dos célebres jogos de tabuleiro com marcas bem visíveis um pouco por todo o concelho.

   Estão gravados há séculos em pedras junto às fontes, nas escadas das igrejas e bancos. Os estudos indicam que desde o século XIII inúmeros tabuleiros gravados em todo o tipo de rochas ou edifícios foram encontrados em escavações arqueológicas desde a Idade do Bronze.

   «Também aprendemos o três em linha. É espectacular, porque temos que impedir o adversário de alinhar as pedras e tentarmos alinhar as nossas. Este é mais difícil de explicar», assume o jovem, antes da entrega dos prémios aos participantes nesta espécie de «campeonato» dos jogos milenares, que também foi ao encontro dos mais velhos.
 

   José Filipe, da Associação de Recriação Histórica Guildas Áureas, relata o momento em que nem foi fácil convencer os clientes de um café no centro da vila a tentarem jogar o alquerque, mas a insistência motivou alguns a experimentar a modalidade.

   «O que aconteceu foi muito curioso. Nós saímos do café e quando regressámos encontrámos todos a jogar. Isto foi um passo de gigante na promoção», acrescenta, justificando que só assim vai ser possível assegurar o «uso deste património». Alerta que o grande número de tabuleiros que se espalha pelo concelho do Alandroal «devem de ter uso». Um dos mais «mediáticos» (vamos adjectivá-lo assim) encontra-se na Fonte das Bicas, tal como mostra a foto aqui em baixo.
 

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