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2022-01-06

Enoturismo cresce mas precisa de se organizar

 O Alentejo é a região onde o enoturismo mais cresceu. Os três distritos reúnem aos dias de hoje do melhor que há nível mundial neste sector. A garantia é dada pela presidente da Associação Portuguesa de Enoturismo (Apeno), Maria João de Almeida, dias depois de Portugal ter sido confirmado como o segundo melhor país do Mundo para os amantes de vinho visitarem nas férias.
 
O estudo é da Bounce e assenta num trabalho que analisa factores como o consumo e produção de vinho, a área dos vinhedos face à dimensão do país, as visitas de enoturismo e o custo médio da garrafa de vinho. À frente de Portugal... só a Itália.
 
Que o enoturismo se desenvolveu em Portugal de uma forma exponencial, com qualidade e elegância, ninguém ousa duvidar. Aliás, a visibilidade e alcance internacional ilustram o "músculo" desta área turística. Também à boleia das várias campanhas levadas a cabo pela mão do Turismo de Portugal.

Mas será que estamos a atingir a perfeição? Ou ainda temos algum caminho que importa percorrer? Escutemos Maria João João Almeida. "O enoturismo ainda tem muito que se lhe diga. Por exemplo, não temos números. Não sabemos quantas adegas existem em Portugal a praticar enoturismo. Quantos empregos gera o enoturismo? Não sabemos. Não sabemos a rentabilidade que gera".

Ou seja, na opinião da presidente da Apeno é preciso organizar melhor o sector. Também foi para isso que a associação foi criada em 2020, tendo esbarrado com a pandemia, o que levou a percorrer o caminho mais lentamente. Ainda assim, já há dezenas de sócios que aderiram.

"Temos que colmatar as falhas. Somos óptimos no enoturismo, com um potencial maravilhoso, mas quando recebemos quem chega de fora temos que saber explicar o que temos cá. Quanto melhor for o nosso enoturismo, melhor será essa percepção lá fora. É preciso consolidar o sector", insiste, alertando que o grau de exigência do turista que procura o enoturismo "é muto elevado".

Também por isso, a dirigente sugere um trabalho conjunto entre organismos oficiais do turismo e do vinho. E exemplifica: "Um guia que vá fazer enoturismo tem que saber um bocado de vinho e alguém do vinho tem que saber um bocado de turismo. E este complemento ainda não existe", diz, admitindo que o ensino terá um papel fundamental rumo ao futuro.
 
"Fizemos agora uma parceria com a Lusófona, em que a pós-graduação se chama ´Vinho e Enoturismo, porque o vinho é uma peça fundamental do enoturismo", insiste, revelando que os principais contactos junta da Bolsa de Emprego da Apeno se destinam a pedir pessoas formadas, precisamente, nesta área.
 

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