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2022-09-16

Espanhóis «invadem» tendas de loiça antes do São Mateus ser inaugurado 

É meio-dia em ponto. Parque da Piedade. O São Mateus só abre oficialmente ao fim da tarde desta sexta-feira, pelas 19.00 horas, mas já há enchentes nas tendas dedicadas à venda de loiça. Ouve-se falar castelhano por todos os cantos, a fazer lembrar Elvas de antigamente. É a corrida aos pratos, travessas, copos e canecas. Seguem caminho com sacos cheios. Mas há mais espanhóis a chegar. E «teimam» em apelidar o São Mateus de «feira das loiças»
 

REPORTAGEM
Roberto Dores
 
   Acompanhamos o casal Martinez que viajou de Badajoz. Enquanto a mulher acaba de pagar meia dúzia de pratos rasos, outros tantos fundos e mais um conjunto de tigelas, o marido pede ajuda ao filho mais velho para que «carregue», pelo menos, um dos sacos até ao carro, que está estacionado a uns bons 300 metros da tenda.


   «É preciso força que isto está pesado. Uns dez quilos. Temos que ir pousando os sacos até chegarmos ao carro. Acho que a minha mulher exagerou», diz-nos Pablo Martinez, que viajou, de propósito, de Badajoz até Elvas porque a mulher e a cunhada queriam comprar «as melhores loiças». 

   Dizem-nos que no último São Mateus (2019) chegaram à «feira das loiças» a meio da semana e já havia pouco por onde escolher. «Feira das loiças?», questionamos. Júlia Lopez Martinez até sabe que o nome não é esse, mas, justifica, «é assim que os espanhóis a conhecem»

   Adiante. «Desta vez ligámos para a câmara e entrámos em contacto com aquele senhor - um dos comerciantes presentes no São Mateus - que nos disse que podíamos vir já esta manhã, porque a tenda estava aberta». Admite que pouco mais conhece das festas de Elvas, embora esteja a equacionar marcar presença dia 20 para assistir à romaria entre a Sé e Santuário do Senhor Jesus da Piedade.  
 

   «A minha irmã diz que é uma procissão muito bonita, que leva muita gente. Vamos tentar vir e comer por cá, porque Elvas tem muito boa comida. Costumamos vir duas ou três vezes por mês», revela, enquanto, em plena avenida da Piedade, o marido volta a pousar o saco no chão já com a carro a meia centena de metros. Só mais um esforço. Está quase.
 

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