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2023-08-05

Esta obra de arte está em Estremoz, mas não é para ver. É para espreitar

Pedro Calapez, que espreita a sua «Clausura» na foto de capa, apresenta este confinamento como uma estrutura em formato quadrangular de estantaria de armazém comercial. É um «dispositivo especial» que pertence à colecção António Cachola e que estará patente ao público no Museu Berardo, em Estremoz, até dia 29 de Outubro
 
TEXTO l Roberto Dores
 
   Sim, soa estranho ter de espreitar pelos quatro cantos para se perceber esta obra. Mas ninguém melhor que o autor para explicar o que temos na frente, quando olhamos pelas arestas. 

   «É pelo interior que se vê que a pintura dialoga entre si através do dispositivo que criei  propositadamente. Existem quatro paredes em tela e dois espelhos. Há como que um diálogo da cultura com ela própria», assinala, apelando a uma visita «calma e com tempo» para se entender a pintura por parcelas observada dos vários cantos. 

   Pedro Calapez  destaca que, nesta peça em concreto, o espectador não podem entrar no espaço. Assistimos a um confinamento. «O interior é exclusivo da pintura. É também uma reflexão filosófica  sobre a linguagem da pintura, sobre a memória. Como a pintura tem um olhar que se repete e se multiplica através dos espelhos», revela.

   A peça que viajou do Museu de Arte Contemporânea de Elvas para o Museu Berardo em Estremoz serviu de mote para que o coleccionador António Cachola e o presidente da autarquia José Daniel Sádio tivessem alertado para a necessidade da cultura trabalhar em rede na região. Mais detalhes sobre este tema em https://www.suliberico.pt/noticias/regionalizar-a-arte-entre-estremoz-e-elvas-e-para-ja-828  

   Pedro Calapez começou a participar em exposições nos anos 70, tendo realizado a sua primeira individual em 1982. O seu trabalho tem sido mostrado em diversas galerias de arte e museus. Tanto em Portugal como no estrangeiro.
 

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