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2022-10-15

ESTREMOZ. Assim começa a vida de um forcado

Alguns nervos, mas só enquanto espera para enfrentar a vaca. Já não é a primeira vez que João (vamos chamar-lhe assim) vai pegar à cara, apesar dos tenros 20 anos, mas «hoje há público» na Praça de Toiros de Estremoz. «Não quer dar barraca. É normal», explica um outro elemento do grupo. Está ali para dar a ajuda. Falhou à primeira. Mas à segunda teve êxito. E aplausos das bancadas

TEXTO | Roberto Dores

   
   Decorria o treino aberto dos grupos de forcados amadores de Monforte e de Arronches, à boleia da primeira edição do Dia do Aficionado Estremocense, organizado pela Tertúlia Tauromáquica de Estremoz. A jornada ambiciona unir a ´afición´ da terra, abrindo espaço à discussão em torno do futuro da tauromaquia.
 
   E o presidente Marco Pernas assume que é, precisamente, disso que se está a tratar dentro da arena, onde jovens talentos ganham experiência para darem continuidade à tradição. Os aspirantes a forcados podem começar a treinar logo a partir dos 16 anos, mas só aos 18 poderão apresentar-se em praça.«É assim que começa a vida de um forcado», diz, admitindo ser «perfeitamente normal» que hoje alguns jovens peguem à terceira, quarta ou quinta, enquanto outros conseguem «agarrar» à primeira.

   
   «Este é um processo normal, eles fazem treinos à porta fechada com vacas de menor calibre para corrigirem erros. Isso permite lançar novos forcados para a actividade», explica, acrescentando que mesmo os menos habilitados poderão evoluir ao ponto de pegar toiros no espaço de um a dois anos.
 

   E quanto à actividade da Praça de Toiros, após a Tertúlia ter recebido do Município o direito da sua exploração, Marco Pernas sustenta que este património está a ser «dinamizado», mas tenciona ir a mais em breve. «Este ano já tivemos a melhor temporada de sempre e estamos a criar condições para que as pessoas comecem a vir aqui com frequência», revela o dirigente, anunciando que «falta pouco» para abrir um novo espaço. «As pessoas poderão aqui almoçar ou beber um copo ao fim da tarde. Isto vai mudar o paradigma», conclui.



 

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