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2024-04-25

Estremoz celebrou Abril com homenagem a autarcas e exposição

Cortes da imprensa mostram como era a vida política e a outra antes da Revolução dos Cravos numa exposição que se agarra a um título sugestivo: «Da Resistência Antifascista à Democracia em Estremoz». Podemos revelar uma das notícias que se afixa pelas paredes do teatro Bernardim Ribeiro: Dá conta de uma manifestação de apoio a António Oliveira Salazar.  Coisas da época

 
   50 anos depois do Abril de 74, o presidente da Câmara de Estremoz, José Daniel Sádio, diz que não há margem para facilitismos e que é preciso não perder de vista o legado. 
«O legado de que vos falo não deve de ser uma memória presa no passado.  Deve de ser um projecto do presente para o futuro», enfatizou o autarca durante a sessão da Assembleia Municipal Evocativa dos 50 anos do 25 de Abril, alertando que «a democracia tem que ser vivida e reafirmada em cada dia na nossa sociedade».
 
«Da Resistência Antifascista à Democracia em Estremoz». Exposição para ver no Teatro Bernardim Ribeiro
 
   Continuemos a escutar José Daniel Sádio numa sala onde exala o cheiro dos cravos distribuídos pelas lapelas e as mãos do público: «Bem sabemos que o contexto actual levou a que muitos deixassem germinar as dúvidas das instituições democráticas. A solução para ultrapassar as dificuldades da democracia é a própria democracia. É a participação, é o exercício dos direitos», referiu o edil, para quem «a fragilização da democracia, seja através do populismo, seja através da promoção do seu descrédito, servirá apenas aqueles que querem pôr um ponto final na democracia».

   Por estas e por outras, a Câmara de Estremoz quis homenagear os seus autarcas, aqueles que desde 1974 exerceram funções e ajudaram o Município a crescer «O poder local democrático, criado praticamente de raiz, foi fundamental  para os objectivos centrais de modernização e desenvolvimento. O poder autárquico foi uma conquista de Abril. Assim, todos saibam respeitar e desenvolver», ressalvou, já depois de ter evocado a participação do Regimento de Cavalaria 3  na operação daquela madrugada de quinta-feira de Abril de 1974.

Quando a Coca-Cola era bebida proibida
 

   Já antes o presidente da Assembleia Municipal, Ricardo Catarino, recorreu à história, para relembrar os tempos em que «não se podia beber Coca-Cola» por cá, enquanto «mais de metade da população não tinha água canalizada» e «um em cada quatro portugueses eram analfabetos». Deu ainda o exemplo do teatro e dos livros, onde imperava a censura sempre que eram considerados «nocivos para o sistema. Só com a revolução de Abril pudemos falar da liberdade de expressão. Com eleições livres, combate à desigualdade de género, acesso das mulheres à educação, mercado de trabalho e à sociedade global».

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