Notícias

2023-03-03

Estremoz exibe património do Mundo e mostra-se numa visita virtual  de cortar a respiração

Ricardo Fonseca faz o folho que irá embelezar a saia da Primavera. É uma das figuras mais célebres da barrística de Estremoz e "das mais fáceis de produzir». É o que diz o artesão que ali ao lado já mostra um resultado «quase final». O «quase» é porque falta a peça ir ao forno e pintar, antes de ser posta à venda

TEXTO l Roberto Dores


Representação de Estremoz com roda que dá prémios
 
   Estremoz não faz por menos na sua representação em plena Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL). Aos olhos do Mundo exibe a arte da barrística que há cinco anos ganhou a pulso na UNESCO o estatuto de Património Cultural Imaterial da Humanidade, mas que faz parte da identidade cultural de Estremoz há mais de três séculos.

   As mãos de Ricardo Fonseca continuam «lançadas» à obra que há-de transformar aquele pedaço de barro em mais um elemento do Figurado, vulgarmente conhecido como Bonecos de Estremoz. O folho começa a tomar forma, enquanto o corpo, os membros e a saia já estão feitos, juntamente com a cara. «Aliás, a cabeça é sempre o primeiro a fazer», explica-nos, enquanto faz o seu balanço sobre estes tempos que se seguiram à classificação da barrística estremocense na UNESCO.

O monte alentejano que Estremoz levou à BTL
 
   «Aumentou a procura, aumentaram os preços, mas continuamos a precisar de atrair os mais novos para esta arte, porque o nosso ritmo de trabalho é o mesmo», conta-nos Ricardo, revelando que aos dias de hoje 90% do seu trabalho é canalizado para encomendas. «Ou seja, não consigo ter peças em stock», refere.

 
   A produção dos bonecos ao vivo funciona como um chamariz para os visitantes que vão passando pelo espaço de Estremoz na BTL situado no Pavilhão 2 - há um outro no Pavilhão 1, integrado na Entidade Regional de Turismo do Alentejo. É inspirado num monte tipicamente alentejano, com muito mais para contar.

   E vale a pena «investir» uns minutos na visita virtual à cidade. Em 360 graus. Com ou sem óculos. De cortar a respiração, sobretudo com recurso aos óculos VR, que proporcionam um passeio muito mais imersivo. 

   Experimentámos. Percorremos locais emblemáticos, igrejas, museus, portas, ruas. detivemo-nos por mais um tempo pelo Largo D. Dinis, onde o património exibe um esplendor sui generis e deixa perceber como se foram formando peças da história até aos nossos dias. Não vamos dar spoiler. Vá lá espreitar até domingo.
 

Artigos Relacionados

« Voltar