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2023-12-07

Faz bonecos de Estremoz por paixão e não gosta de os vender

Vera Magalhães assume a «angústia» que a invade cada vez que vê sair uma das suas obras de arte. «Custa vender os bonecos, porque cada boneco que estamos a fazer é uma paixão. É sempre um sentimento de vazio quando ele se vai embora», relata a barrista, que há cinco anos deitou mãos ao figurado de barro e que esta quinta-feira  recebeu o Certificado de Produtor de Bonecos de Estremoz, coincidindo com o dia em que se celebrou os seis anos da classificação de Património Mundial 
 
TEXTO | Roberto Dores
 
   Vera Magalhães não é natural de Estremoz, tendo-se radicado na cidade há 30 anos, numa conjugação entre a vida profissional e familiar. Seria na casa dos sogros que teve o primeiro contacto com o Figurado de Estremoz, acabando por se apaixonar pela arte. 

Dia histórico. Câmara de Estremoz celebrou os seis anos da classificação da UNESCO atribuída aos bonecos de barro

   Avancemos até 2019 quando participou no Curso de Técnicas de Produção de Bonecos de Estremoz, promovido pelo CEARTE em parceria com o Município, fazendo a sua aprendizagem com o mestre Jorge da Conceição. Após o curso, começou a modelar peças e criou um pequeno espaço de oficina na sua casa, onde colocou parte da Colecção de Figurado de Estremoz dos sogros. 

   Assume não ter peças preferidas, alegando «gostar de todas», mas revela que os seus bonecos são catalogados, embora desconheça a maioria dos compradores e para que parte do Mundo vão as obras.

   E quanto ao certificado agora atribuído pelas mãos do presidente da Câmara de Estremoz, José Daniel Sádio? Vera Magalhães assume a importância do reconhecimento que sublinha o seu trajecto nos últimos cinco anos. «Tenho outra profissão, este é um segundo trabalho. Vou recebendo encomendas e estou sempre a produzir. Quando chego do trabalho e nos fins-de-semana vou fazendo», revela a barrista, que se diz disponível para responder ao desafio que tentar passar a arte às gerações vindouras. «Claro que irei ensinar», assume.

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