2024-03-06

Festival do Peixe do Rio foi «casa cheia». Restaurantes dão nota máxima

A opinião da restauração é unânime. O concelho do Alandroal viveu dois fins-de-semana de que não há memória à boleia do Festival do Peixe do Rio. 15 estabelecimentos garantiram casas cheias com clientes de vários pontos do país e da vizinha Espanha. «Chegámos a fazer três rodadas ao almoço», relata uma das proprietárias. E há mesmo quem já tenha reservado mesa para o fim-de-semana que aí vem, como nos foi contado na «ronda» que fizemos pelos vários restaurantes aderentes
 
TEXTO | Roberto Dores
 
FOTOS | CM Alandroal
 
«Se tivesse espaço para 500 pessoas...»
   Por ordem alfabética, comecemos por «entrar» no restaurante «A Chaminé», onde José Silva aplaude a dinâmica do Festival, assumindo que «foi o melhor de sempre», logrando ter «casa cheia, com portugueses e até espanhóis», refere, que quiseram provar o peixe do rio. Mais: «Acho que se tivesse espaço para 500 pessoas também iria encher, tal foi a procura que houve. Mas como sou só eu e a minha mulher a trabalhar aqui, não conseguimos servir todas as pessoas que foram aparecendo», sublinha.

 
 «Isto merece uma nota dez»
   Na «Adega dos Ramalhos» encontramos o adjectivo «maravilhoso» que é proferido pelo proprietário Alberto Ramalho. «Correu tudo tão bem, que se tivesse que dar uma nota de zero a dez, daria dez. Isto merece nota máxima», sublinha o empresário, congratulando-se por ter recebido tantos elogios em torno do peixe ao sal assado, de oito quilos, que foi à mesa. «Houve muita animação. Isto merece uns pavilhões para juntar todas as actividades, como acontece noutras feiras», sugere. 
 
«Veio gente de todo o lado»
   O restaurante «A Maria» também não parou. Foi por aqui que se serviram as tais «três rodadas» ao almoço. «E mesmo assim terminámos às 18.00 horas», conta Maria Monteiro, revelando que teve clientes que não conheciam a sua casa e que agora já sabem as iguarias que por aqui se fazem. «Veio gente de todo o lado», acrescenta, admitindo que tem algum peixe de reserva para domingo e que depois vai manter na ementa o lombo de lúcio-perca em cama de batata doce. «Vou começar a fazer um prato de peixe todos os dias», revela.


«Até tivemos aqui estrangeiros»
   Estamos agora no café «O Pronto», em Casas Novas de Mares, onde Manuela Romeiro recebeu rasgados elogios pela caldeta, mas também pelos achigãs com molho de poejo. «É muito cansativo, porque dá muito trabalho, mas é muito bom participar nisto. Até tivemos aqui estrangeiros a comer peixe", conta-nos, destacando a animação que percorreu a freguesia. «Foi dos sítios onde estiveram mais tempo», diz, resumindo que «isto vale muito a pena».
 
«Faziam uma vaquinha e comiam de tudo»
   No café «Rocha», ainda em Casas Novas de Mares, a proprietária afina pelo mesmo diapasão. «Tivemos muita adesão. Percebemos que o festival cresceu muito e com muita publicidade», revela Sónia Rocha. Regista a curiosidade de ter três pratos de peixe de rio - caldeta, barbo frito e lúcio-perca com molho de tomate - tendo grande parte dos clientes optado por provar de todos. «Faziam uma espécie de vaquinha e comiam de tudo», enfatiza, assumindo que ainda guarda algum peixe para estes dias. «Mas sobrou muito pouco», resume.

 
 «Café cheio e já não cabia mais gente»
   A paragem que se segue é no Centro Cultural e Recreativo da Aldeia dos Marmelos, onde Maria Lima assume que «está tudo satisfeito» com o resultado do Festival. «As pessoas adoraram. O peixe, este ano, está muito bom e chegaram clientes de todo o lado, que comeram e beberam». Foi a segunda vez que aderiu ao certame. No ano passado não alcançou bons resultados, mas nesta edição revela que teve clientes até à porta. «Houve momentos em que o café estava tão cheio, que já não cabia mais gente», relata.
 
«Gostámos da animação que trouxe ao Alandroal»
   A holandesa Mariza, que gere o Jardim do Castelo, participou pela primeira vez no festival, exibindo umas entradas de fazer água na boca: ceviche de lúcio-perca e bolinhas de carpa. «As pessoas gostaram muito de provar os nossos pratos e nós gostámos da animação que isto trouxe ao Alandroal. É bom para o turismo que está a crescer na vila», atesta, assumindo ter ficado com vontade de alargar a oferta dos pratos de peixe já para o próximo ano, ficando com a certeza de que há clientes para esta gastronomia. 

 
 «Introdução de peixe na ementa anual»
   Regressemos à Aldeia dos Marmelos, onde Isabel Branco, da Paladarte 2, é a autora de um prato de sushi, além da caldeta, filetes de lúcio-perca e carpa frita. Sugere que o festival seja apoiado por uma «logística de campo», que permita encaminhar para as freguesias os clientes que não encontram vaga nos restaurantes da vila. «São apenas 15 minutos de viagem», refere, admitindo que, ainda assim, garantiu «muitos clientes», sobretudo pessoas de fora do concelho que conheciam a casa através das redes sociais. Assume que o peixe do rio nem é bem a sua «praia», mas esta mediatização abriu a porta «à introdução de pratos de peixe na ementa anual».

«O peixe do rio é um produto maravilhoso» 
   Onde o sushi também surpreendeu foi no restaurante Raya, em plena praia das Azenhas d´el Rey (Montejuntos), onde o festival incentivou a gerência a lançar novas receitas. «Criámos mais três pratos e o sushi correu tão bem que vai ficar na nossa carta», revela Anna Brito, aplaudindo a «dinâmica» que foi gerada durante toda a semana com o certame. «É importante para a região e ficámos muito contentes com o resultado», sublinha, destacando que «o peixe não se pesca só no mar, porque o do rio é um produto maravilhoso e combina bem com o nosso conceito sazonal», acrescenta, reportando-se à lógica desenvolvida pela Terramay: «Há os produtos que vêm da quinta e o peixe que vem deste rio».


«Pessoas procuraram-nos para provar o peixe»
   Já no «Recanto do Fado» Maria José Valentim revela uma das novidades que constatou este ano: «Se até aqui chegavam grupos para comer peixe, mas havia sempre alguém que preferia carne, desta vez as pessoas procuraram-nos só para provar o peixe do rio», conta-nos. Acrescenta que foi «impossível» dar resposta a tantos clientes, devido à limitação do espaço, mas houve pessoas que quiseram reservar mesa para este fim-de-semana. «Sugerimos que o fizessem, porque ainda temos peixe e as pessoas, apesar de serem de fora aceitaram. Cá os esperamos», avança Maria José Valentim, revelando que o lúcio-perca recheado vai ficar por aqui o ano todo.
 
«Tive até pessoas de Viseu e grupos de Lisboa»
   As contas já estão feitas nas Pirâmides de São Pedro e ilustram os dias de sucesso. Adélia Morera contabiliza cerca de 600 refeições nos dois fins-de-semana, depois de garantir casa sempre cheia. «Tive até pessoas de Viseu e grupos de Lisboa, Évora e Espanha. Houve famílias que esperaram duas horas, mas não saíram de cá sem comer. Foi fantástico», congratula-se Adélia Morera, admitindo que para o ano tenciona fazer alguma adaptação ao nível do armazenamento de peixe. Desta vez o lúcio-perca foi escasso. 

  
«Ganhámos novos clientes»
   Visitemos agora o «Zé do Alto», onde o proprietário procura manter a tradição em torno da caldeta, do peixe frito e lúcio-perca. «Continuam a ser os pratos mais pedidos na nossa casa», revela João Careira, assumindo que os dias do festival ajudaram o Zé do Alto a conquistar novos públicos. «Ganhámos novos clientes e isso é bom, porque confirma que há crescimento e que isto é atractivo para quem vem de fora», resume.

«Apareceram novas pessoas»
   A «Taberna Ramalho», nas Hortinhas, também registou maior afluência de clientes face a um fim-de-semana dito normal. «Apesar de estarmos mais distantes do Alandroal também sentimos que o festival foi uma boa oportunidade para vendermos a nossa caldeta e o peixe frito», assume Ricardo Ramalho, adiantando que «apareceram novas pessoas» à procura das iguarias pescadas no rio Guadiana.
 

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