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2023-02-18

Inês apostou no Facebook e a banca do avô Henrique já conquistou novos clientes

Inês Caldeira, 15 anos. Aos 10 já ia para banca do avô Henrique, depois das aulas de piano. Lá para o meio-dia. Aos 13 começou a levar o negócio «mais a sério». Passou a chegar às 9.00 horas para ajudar na venda. Depois às 8 e, mais tarde, às 7.  Um dia destes puxou pela veia empreendedora. Criou uma página no Facebook que alargou o número de clientes,   conquistando «casais mais jovens» à boleia das encomendas online. Inês já é uma das caras mais célebres do Mercado de Estremoz

TEXTO | Roberto Dores


   Quando há uma semana entrevistámos Inês, a jovem já não estava na banca do avô, embora continuasse a vender numa outra ali perto. «O senhor Altino foi fazer a matança e não tinha ninguém para ficar aqui. Como o meu avô já tinha o meu irmão, vim para cá eu. Temos que nos ajudar uns aos outros». Está explicado.
Inês Caldeira está no 10º ano de Economia. Considera a banca do avô uma oportunidade para aprender como funciona o mundo dos negócios
 
   Já vamos para lá das 11.00 horas e na banca da família Caldeira os legumes estão de resto. Inês chegou perto das 9, como é habitual no Inverno. No  Verão pega às 7. «Estou no 10º ano de Economia e esta área dos negócios interessa-me muito», justifica, encarando a banca do avô como uma oportunidade para a vida. 

   «Há dois anos o avô foi operado e estava aqui sozinho. Comecei a vir aos bocadinhos. Agora venho sempre. Fiz o estágio e já sou fixa na banca todos os sábados», afirma convicta, enquanto vai atendendo mais clientes do vizinho Altino que a tratam pelo nome. Inês retribui.

   E quanto aos resultados conseguidos com a página do Facebook? A ideia era alargar a promoção a outros públicos. Conseguiu. «Decidi que devíamos fazer mais publicidade para chegarmos aos jovens. E temos tido uma maior afluência de casais cada vez mais novos. Estamos a contribuir para renovar gerações no Mercado de Estremoz», congratula-se.

   Revela que os clientes passaram a fazer encomendas pelo Messenger, mas que hoje até já trocaram contactos telefónicos. «Trazemos tudo preparado e eles só têm que vir buscar até ao meio-dia e meia», revela. 
A ajudar na banca do vizinho Altino que teve de ir para a matança 

   Questionada sobre a não aposta no Instagram, Inês justifica tratar-se  de uma rede social que o avô não domina, mas Henrique Caldeira também não está preocupado com isso, preferindo antes elogiar a ajuda que a neta lhe tem dado. «Temos seguidores nesta tradição familiar, que vem do tempo do meu sogro. Isso deixa-me satisfeito, mas é uma actividade muito trabalhosa e é preciso muita dedicação e força de vontade», refere.  

   Próximo passo: lançar sementes à terra. «Estou a aprender a plantar os produtos. Como se faz e em que época. Tenho aprendido muito sobre agricultura com o pai e o avô. Passei a ter noção da importância da horta e do negócio. Gosto muito desta vida», confessa Inês.

   Hoje é sábado, dia de Mercado em Estremoz.

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