2022-08-02

Leite materno faz bem a tudo. Até previne hipertensão e diabetes

 
Desde a prevenção de infecções gastrintestinais, respiratórias e urinárias, mas também de algumas alergias, o leite materno revela-se como um alimento completo, habilitado mesmo a facilitar a introdução de outros alimentos e até reduz o risco de obesidade infantil



   A abordagem é feita por Pedro Correia Azevedo (na foto), coordenador do Núcleo de Estudos de Medicina Obstétrica da Sociedade Portuguesa Medicina Interna, assegurando ainda que, a longo prazo, «adultos que tenham sido expostos ao leite materno têm menos incidência de hipertensão, diabetes e linfomas». 

   Alertas deixados pelo especialista na Semana Mundial do Aleitamento Materno, recordando que a nutrição tem implicações no crescimento e desenvolvimento das crianças. «Logo após o nascimento devem ser adoptadas as melhores práticas na alimentação», diz, ressalvando que a amamentação não tem uma duração ideal. 

   Sustenta que é o melhor alimento até aos dois anos de vida, sendo recomendado o seu uso exclusivo nos primeiros seis meses, podendo ser mantido com a introdução de outros alimentos enquanto a mãe e a criança assim o desejarem.

   Já sob o ponto de vista materno, a amamentação promove a contracção do útero e facilita a perda de peso após o parto, mas também «promove a vinculação ao bebé, reduz o risco de cancro de mama e do ovário e reduz o risco de osteoporose». 

   Tudo isto aliado a um baixo custo financeiro, enquanto as mães que amamentam podem solicitar ajuste do horário laboral. «Importa educar e apoiar as mães, as famílias e a sociedade em geral, para que se possa fortalecer a amamentação. Esse é o lema da Semana Mundial do Aleitamento Materno 2022», assinala Pedro Correia Azevedo. 

   Acrescenta o médico que, em Portugal, alguns estudos demonstram que mais de 90% das mulheres iniciam o aleitamento materno, contudo, quase metade desiste no primeiro mês de vida do bebé.

   Existem, ainda assim, contra-indicações temporárias para o aleitamento materno, como herpes com lesões mamárias, tuberculose não tratada ou o uso de alguns medicamentos. Nessas alturas a produção de leite deve ser estimulada e o bebé alimentado com uma alternativa. Existem raras situações em que a amamentação está contra-indicada de forma absoluta: é o caso das mães com HIV/SIDA e nos bebés com galactosemia. Como alternativas à amamentação, a Organização Mundial de Saúde recomenda os bancos de leite, as amas-de-leite e as fórmulas de leite adaptado.
 

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