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2022-02-09

LUÍS COXOLA. ´Quero passar estes valores ao meu filho´

 
Luís Coxola, 39 anos, treinador do Grupo Cultural e Desportivo de Aguiar, não hesitou um instante. Assim que viu um jogador adversário lesionar-se na cabeça e ter que sair do campo, deixando o Foros de Vale Figueira reduzido a dez unidades, decidiu retirar um elemento da própria equipa, optando por jogar em igualdade numérica.

"O fair-play não pode ser uma treta e não faz sentido ser uma treta", assume ao Sul Ibérico, dando antes prioridade à "tolerância", argumentando que "quando vemos alguém com fragilidade temos o dever de não rebaixar mais. Mesmo quando não podemos ajudar devemos evitar que o castigo seja mais pesado para os adversários".

Luís Coxola recorda que as voltas do futebol têm os dois lados da moeda. "Hoje estamos num lado e  amanhã estamos no outro", relembra, admitindo ser o princípio que norteou o gesto nobre do último fim-de-semana, que adjectiva de "instintivo".

O técnico optou por retirar um futebolista que tinha jogado 80 minutos. "Vi que o adversário já tinha feito todas as substituições e eu também já tinha feito umas quantas e optei por retirar, por uns instantes, o jogador que me veio à cabeça, para que houvesse o máximo de verdade desportiva no jogo".

Perante os elogios que têm chegado de várias entidades desportivas, Luís Coxola olha para a família. "Quero passar estes valores ao meu filho", assume o técnico, que hoje vive em Aguiar, depois de uma carreira desportiva já longa.

Fez a formação no Sport Lisboa e Évora, vindo a assinar contrato sénior com o Juventude, onde esteve cinco anos, antes de sair para o Lusitano. Dois anos volvidos assinou pelo Atlético de Reguengos e, duas épocas depois, regressou a Évora para voltar a vestir de verde. Terminaria a carreira de futebolista em Viana do Alentejo, tendo começado a treinar há cinco anos. Conquistou em Viana duas taças e um campeonato, antes de se mudar de malas e bagagens para Aguiar.

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