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2022-05-26

Navegar no Guadiana entre Badajoz e Juromenha? É um «potencial gigantesco»

 
Abrir o rio Guadiana à navegabilidade, entre Badajoz e Juromenha, é um projecto que está em cima da mesa e que vem conquistando, cada vez, mais adeptos. O autarca do Alandroal aponta vantagens em várias frentes, mas dá prioridade a um «debate sério». O tema foi abordado na apresentação da nova edição da revista «Corredor SOI» - promovida desde 2019 pelo movimento Corredor Sudoeste Ibérico em Rede - que teve lugar esta quarta-feira na Feira do Livro de Badajoz.



Sobre o desafio que se desenha para o Guadiana, João Maria Grilo fala de um «enorme potencial e de um factor de grande desenvolvimento para a região», sobretudo para os municípios junto ao rio de ambos os lados da raia, desde a Badajoz a Olivença, passando por Elvas, Cheles, Juromenha e Alandroal. 

«Se conseguirmos a navegabilidade de Badajoz a Juromenha, significa que estamos a chegar também a todo o grande lago de Alqueva, como Moura e a todos os municípios mais abaixo, até ao paredão. Isso tem um potencial de desenvolvimento gigantesco para a região», diz o autarca, que conta com o apoio de várias correntes, onde se inscreve a própria autarquia. 



Aliás Badajoz já apresentou um estudo sobre a navegabilidade do Guadiana, cuja intervenção deverá rondar os 20 milhões de euros, sustentado no alegado «grande impacto económico e turístico nesta região de fronteira», assumindo que o próprio ambiente iria tirar partido deste projecto que está a ser pensado para o troço internacional do grande rio do Sul.

«É um assunto que tem de ser debatido nos fóruns certos, avaliando os prós e contras, mas que não será imposto como uma verdade absoluta. Se no fim deste processo chegarmos à conclusão que é bom para a região, vamos desenvolver os estudos e avançar para a concretização»

Também o coordenador do Sudoeste Ibérico em Rede, António García Salas, se voltou a colocar ao lado do projecto, sublinhando os seus atributos rumo ao futuro da raia, enquadrados no potencial do próprio corredor ibérico que liga Madrid a Lisboa com passagem pelo Alentejo e Extremadura espanhola.
 
A importância de olhar 
para Lisboa e para Madrid


 
É precisamente a situação geográfica que João Maria Grilo quer aproveitar, aproximando os concelhos vizinhos dos dois países. «Não há muitas iniciativas que aproximem os dois lados da fronteira e estabeleçam objectivos comuns. Esta iniciativa tem um valor acrescido por isso», destacou o presidente da Câmara do Alandroal, acrescentando que apesar deste movimento ter começado do lado espanhol, «já passou» para o lado português. 

«Está a envolver, cada vez, mais pessoas e a demonstrar a importância de todo este corredor, que pode incentivar à aproximação das pessoas dos dois lados da raia», assumiu o autarca, alertando que «é preciso olhar para Lisboa, do lado português, e para Madrid, do lado espanhol». 


Porquê? Porque será, segundo o edil, o caminho mais estreito para aproximar as duas capitais através deste corredor que atravessa o Alentejo e a Extremadura. «É a ligação natural entre as duas capitais, potenciando todos os níveis», acrescentou, dando os exemplos da rodovia, ferrovia ou cultural. «Todos os aspectos que possamos potenciar entre as duas capitais favorecem os dois países e as nossas duas regiões, que são as mais periféricas da Península Ibérica», concluiu João Maria Grilo.
 
TEXTO Roberto Dores
 

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