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2023-09-18

O «motard» de 73 anos que transporta no colete os crachás das terras por onde já passou

Domingos Cardador é uma espécie de «decano» entre os amantes das motos de Nossa Senhora de Machede, freguesia de Évora. Há 40 anos era o único nas concentrações. Hoje leva consigo mais de 20 elementos. O colete de ganga pejado de crachás e emblemas «funciona» como a imagem de marca. Vê-se ao longe. Mas, tal como os seus 73 anos, não lhe pesou à hora de se montar na Vespa para participar no Passeio de Motos Clássicas e Antigas, que este domingo percorreu o concelho do Alandroal

TEXTO l Roberto Dores
 
   «Só me faltam três ou quatro crachás dos sítios por onde já passei de mota, porque quando lá estive estavam esgotados. Mas hei-de encontrá-los», diz assertivo, mostrando-se empenhado em concluir o roteiro na indumentária.

   Recupera a conversa dos tempos em que era o único da sua terra a participar em concentrações. Mas conseguiu criar um grupo e este domingo já eram mais de 20 os elementos que exibia ao seu lado. «Um orgulho tão grande», confessa-nos com a emoção à flor da pele.

    «Adoro isto. Mexe cá dentro, entende? Adoro a minha família, mas esta família das duas rodas é especial», explica entre uma paragem no percurso pelas estradas do Alandroal. Fez-se transportar numa Vespa, mas ainda pensou em responder ao desafio com a Zundapp de 1952. 

   Enquadrava-se no contexto do Passeio de Motos Clássicas e Antigas, que foi organizado pelos Aranhóis do Asfalto, dos Orvalhos. «Ela aguentava bem a volta. Costuma vir no reboque e tudo. Mas também gosto de Vespa e desta vez foi a que trouxe», justifica este ex-vendedor - já aposentado -, afirmando conhecer o Alentejo como a palma da mão para justificar a importância das concentrações de motociclistas reservarem sempre um passeio pelos concelhos.
 
Domingos Cardador. Hoje foi dia de Vespa, mas tem a Zundapp e «algo maior», adianta-nos, para concentrações com mais centímetros cúbicos

   «É a oportunidade das pessoas conhecerem os sítios. Em algumas concentrações estacionamos as motas e ficamos ali. Aqui temos o passeio, que faz toda a diferença. Hoje trago pessoas comigo que nem tinham ouvido falar dos Orvalhos. A partir de hoje já conhecem mais qualquer coisa». Fala quem sabe.
 

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