2022-05-30
«O trabalho foi a minha verdadeira formação»
Rui Nabeiro, 91 anos, empresário de Campo Maior. Ficou-se apenas pela 4ª classe, mas gostava de ter continuado a estudar. Porém, eram difíceis aqueles tempos numa casa com cinco irmãos. Começaria por ajudar a família. Aos 12 anos trabalhou na mercearia da mãe e mais tarde teve o primeiro contacto com a torrefacção do seu tio Joaquim. Resultado: «O conhecimento do trabalho foi a minha verdadeira formação», destacou.
O empresário falava esta segunda-feira, durante a celebração do 15º aniversário do Centro Educativo Alice Nabeiro, «puxando» pela relevância do ensino e da aprendizagem que as crianças e jovens de hoje têm ao dispor. No seu caso, foi forçado a acreditar na via alternativa, segundo a qual «estudando e ouvindo era capaz de atingir alguns conhecimentos», referiu.
Durante a sua intervenção, a que assistiu o ministro da Educação, João Costa, Rui Nabeiro alertou para a prioridade que deve ser dada a «servir» quem precisa. «Pensarmos sempre em conjunto. Não nos esquecermos de nós, mas lembrar-nos sempre do próximo», sublinhou.

Também por isso a educação e a responsabilidade social têm marcado a agenda do empresário, com o ensino na linha da frente. O Centro Educativo é um dos projectos que integra a dinâmica de responsabilidade social do Grupo Nabeiro. Uma aposta na educação para a primeira infância que se prolonga até aos 12 anos, alicerçada no modelo pedagógico da Escola Cultural, legado do professor Manuel Ferreira Patrício.
Mas também o ensino científico universitário e investigação e desenvolvimento se perfilam entre as prioridades em cooperação com vários estabelecimentos do ensino superior.

A comemoração dos 15 anos do Centro Educativo Alice Nabeiro foi marcada pela 1ª Conferência Professor Manuel Ferreira Patrício sobre o tema O Futuro da Educação. Teve lugar no Centro de Ciência do Café, com João Manuel Nabeiro, presidente da Assembleia Geral da Associação Coração Delta, a sublinhar o «dia de memória sobre a vida de uma pessoa que passou muitos dias na preparação do Centro Educativo».
Já o ministro João Costa destacou os passos que o país tem dado ao nível da qualificação dos portugueses, sublinhando que a educação «não se esgota no final da escolaridade obrigatória ou no final do ensino superior».