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2023-01-30

Os rótulos da Irlanda  que preocupam os produtores de vinho. Portugal recusa

Ministério da Agricultura opõe-se à introdução de alertas de riscos para a saúde nos rótulos das garrafas de vinho. A proposta feita pela Irlanda diz que os rótulos das bebidas alcoólicas deverão incluir alertas para o risco de doença hepática, bem como informar sobre os perigos do consumo de álcool em grávidas. Portugal diz que «não faz sentido» estar-se a especular através da rotulagem

   A ministra da Agricultura,  Maria do Céu Antunes, já fez saber que está a trabalhar com os governos de outros Estados-Membros num documento para fazerem chegar à Comissão Europeia as explicações sobre oposição à introdução de rótulos com alertas de risco no vinho engarrafado. 

   Em declarações feitas esta segunda-feira em Bruxelas, a ministra avançou que ainda não falou com o colega irlandês, assumindo que o vinho «é um activo muito importante para a economia portuguesa. Estamos muito próximos de atingir os mil milhões de euros de exportações», enfatizou a governante, considerando que «consumido com moderação - o vinho - faz parte da dieta mediterrânica. Tem um impacto muito positivo do ponto de vista social, económico», sublinhou.

   A Irlanda vai alterar os rótulos do vinho, da cerveja e de outras bebidas alcoólicas de modo a exibir alertas específicos relacionados com os riscos associados ao consumo de álcool. Com as novas regras, os produtos em causa passarão a ter uma mensagem a avisar que consumir álcool provoca doença de fígado e que existe uma associação directa entre álcool e cancro fatal, além de ter um símbolo, sob a forma de pictograma, avisando para os perigos do consumo de álcool em grávidas.

   Segundo o Irish Independent, o regulamento relativo à Saúde Pública de 2022 permite a aplicação desta medida, no entanto, a notícia já está a gerar um conflito a nível europeu entre Dublin e os Estados-membros produtores de vinho na Europa. 

   Durante o referido período de moratória, após a submissão da proposta irlandesa, cerca de oito Estados-membros contestaram a medida, entre os quais Itália, Espanha e Portugal. Além de protestos por parte das associações sectoriais dos respectivos países europeus, houve ainda lugar à oposição por parte do sector das bebidas alcoólicas externo à União Europeia. 
 

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