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2022-07-27

Porque estão as árvores a perder folhas como se já fosse Outono?

 
Ainda faltam uns dias para chegarmos a Agosto, mas já há folhas secas que estão a cair das árvores, como se de um Outono antecipado se tratasse. O fenómeno, que está afectar todo o Alentejo, não é normal. Mas ao que se deve?

 
   O agrónomo João Santos Vidal explica que a seca está na origem desta antecipação da queda das folhas. «Já no final de Junho se começou a assistir a algumas folhas caducas pelo chão, quando o normal seria caírem só lá para final de Setembro ou Outubro», avança.

   Revelando que as temperaturas elevadas deste ano - um dos mais quentes desde que há registo - precipitaram o «fenómeno raro», acelerando o envelhecimento das folhas.
  

 
   O habitual é este processo, designado por «senescência», ser lento e estar «ligado à diminuição da duração do dia e à produção de hormonas», acrescenta, tendo por reforço científico os conhecimentos de um grupo de investigadoras do Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa.

   As especialistas abordaram há dias no Público a queda das folhas em árvores caducifólias, como os plátanos e os bordos, as mais comuns nas avenidas e ruas. «Estamos a falar de exemplares com bastantes folhas que causam grande impacto visual no chão das cidades, vilas e aldeias. Mas também estamos a viver um período de seca em que, por exemplo, os próprios sobreiros, que não têm folha caduca, estão em perda.
 


Alentejo entra em «emurchecimento permanente»
 
   O mais recente relatório de monitorização da seca em Portugal dá conta de uma diminuição dos valores de percentagem de água no solo em todo o território, com zonas do país, como o Alentejo em ponto de «emurchecimento permanente» um conceito relacionado com valores elevados de desidratação da vida vegetal, que acaba por murchar.

   Com dados relativos ao passado dia 15 de Julho, esta monitorização do Instituto Português do Mar e da Atmosfera destaca a diminuição dos valores de percentagem de água no solo em todo o território, especialmente grave na região de Beja, com áreas nas quais os valores são «inferiores a 10% e iguais ao ponto de emurchecimento permanente».

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