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2024-01-12

Portalegre já é o distrito com menos bebés 

Alto Alentejo somou apenas  554 nascimentos em 2023, o que, além de traduzir a menor taxa de natalidade portuguesa - até aqui detida por Bragança - representa ainda um decréscimo de menos 30 bebés face a 2022. Quer isto dizer que o distrito de Portalegre foi mesmo um caso raro no país, onde o nascimentos aumentara pelo segundo ano consecutivo

TEXTO | Roberto Dores


   De resto, os constantes decréscimos registados no distrito de Portalegre representam a maior preocupação regional. Já entre 2020 e 2021 a região tinha assistido a uma redução de menos 47 crianças e quase menos de uma centena face a 2019.

   Os dados são revelados pelo Instituto Ricardo Jorge, à boleia do número de bebés que foram sujeitos ao teste do pezinho mostrando que Évora e Beja foram os distritos onde a taxa de natalidade aumentou, superando os mil nascimentos em ambos os casos, configurando um aumento de mais de cem crianças face a 2022.

   Porém a realidade no distrito portalegrense tem contribuído para colocar o Alentejo abaixo da curva descendente registada até 2015, quando a região exibiu o ciclo mais significativo de constantes quebras da natalidade, agravando-se ao longo de seis anos. Já em 2016 nasceram na região 2 716 crianças, baixando para as 2 645 em 2017.

   Perante estes resultados os especialistas vêm alertando que estamos na presença de um elevado declínio demográfico, numa altura em que mesmo que o Alentejo atingisse o índice de fecundidade de 2.1 filhos por mulher - que é o limite mínimo para renovação de gerações - também perderia população. Um fenómeno que surge associado aos resultados das últimas décadas, onde há gerações menores em dimensão que, mesmo que tenham mais filhos, traduzirão sempre uma natalidade menor.

   Recorde-se que no teste do pezinho a picada que é realizada a partir do terceiro dia de vida do recém-nascido, através da recolha de umas gotículas de sangue no pé permite diagnosticar algumas doenças graves, é uma das formas de obter números sobre a natalidade em Portugal, dado que apresenta uma taxa de cobertura de quase 100% a nível nacional.
 

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