2023-02-10
Professor de Serpa vai de bicicleta à manifestação de Lisboa
O professor da Escola Secundária de Serpa, Carlos Azedo, desloca-se à manifestação nacional dos professores agendada para sábado viajando de Serpa a Lisboa em bicicleta. Em 2008 efectuou uma viagem semelhante. Agora, com 62 anos, volta a participar noutra manifestação com o lema: «15 anos depois e tudo na mesma»
Explica que esta viagem tem por missão «conquistar a simpatia da opinião pública para a causa dos professores», convicto de que será «a pessoa ideal para tal missão: trabalhador, desportista, e outras coisas. No entanto, não é a simpatia que nos paga as contas», alerta o docente.
Carlos Azedo conta partir às 6 horas da manhã de Serpa, seguindo o seguinte percurso: Beja-7.00 horas/ Canal Caveira, com paragem para o pequeno almoço às 9.30 horas/Grândola-11 horas /Troia-12.00 horas/Setúbal-13.30 horas/Cacilhas-14.30 horas
Um dos aspectos que quer denunciar é o facto da escola se ter tornado numa «pedocracia=pedagocia burocrática», onde segundo diz «reina a inconsequência dos actos». Acrescenta que «é impensável qualquer docente acompanhar a avalanche de papéis que chegam à escola, e-mails a toda a hora e projectos e mais projectos incongruentes».
Alerta que a «degradação das condições de trabalho dos professores verifica-se, entre outros aspectos, na estagnação dos seus salários desde 2009 e na perda de poder de compra que já atinge os 25%. Nesse ano um professor em início de carreira ganhava dois salários mínimos, hoje ganha 1,5».