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2023-08-15

Quais foram os jogadores que mais jogaram pelo «O Elvas» na Divisão de Honra?

 
 
Fundado a 15 de Agosto de 1947, «O Elvas» Clube Alentejano de Desportos nasceu de uma fusão improvável entre uma filial benfiquista e outra sportinguista, o Sport Lisboa e Elvas e o Sporting Clube Elvense, tendo feito a estreia na I Divisão três meses após a data da fundação, ocupando o lugar das águias elvenses no primeiro escalão.
 
TEXTO l David Pereira
 
   Depois de o SL Elvas ter participado nos campeonatos de 1945-46 e 1946-47, O Elvas deu sequência às duas boas campanhas dos antecessores e manteve-se entre a elite do futebol português até 1950.

   Embora se tenha tornado um clube mais representativo, o emblema de azul e oiro esteve afastado do patamar maior do futebol nacional até ao final da década de 1980, quando voltou à I Divisão para somar mais duas presenças.

   Porém, caiu nas divisões secundárias em 1988. Após ter participado na edição inaugural da II Liga em 1990-91, competiu na II Divisão B entre 1991 e 1995 na Zona Sul e entre 1997 a 1999 na Zona Centro. Contudo, no século XXI estatelou-se nos campeonatos distritais da AF Portalegre e em 2014 e depois em 2018 extinguiu o futebol sénior.


   Vale por isso a pena conferir os dez jogadores com mais jogos pelo O Elvas na II Liga.


10. Paulo Tomás (31 jogos)
 
   Disputou o mesmo número de jogos de Celestino Ribeiro e José Monteiro, mas amealhou mais minutos em campo: 2772. Lateral/médio direito natural de Setúbal, jogou ao lado de Rui Correia, Fernando Mendes, Litos e José Lima nas camadas jovens do Sporting e passou por Mangualde, Estrela de Portalegre e Lusitano Évora antes de ingressar no O Elvas no verão de 1989.

   Na primeira época no emblema raiano alcançou o apuramento para a edição inaugural da II Liga, prova na qual em 1990-91 disputou 31 jogos (todos como titular) e marcou três golos, diante de Académica, Desp. Aves e Barreirense, insuficiente para impedir a despromoção à II Divisão B, numa temporada em que desciam sete equipas. Após a descida de divisão mudou-se para o Torreense.
 
9. Sérgio Pinto (32 jogos)  
Médio brasileiro que no seu país representou o Vasco da Gama, entrou no futebol português pela porta do Sp. Braga e representou ainda Penafiel, Olhanense e União de Leiria antes de assinar pelo O Elvas no verão de 1990. 

   Na única época que passou no emblema raiano actuou em 32 encontros (24 a titular) na II Liga, mostrando-se impotente para impedir a descida à II Divisão B. Após a despromoção mudou-se para o Torreense.
 
8. Zé Rui (33 jogos)
 
   Defesa central internacional cabo-verdiano que no seu país representou o Sporting da Praia, entrou no futebol português pela porta do União de Santiago do Cacém, de onde saiu para O Elvas no verão de 1990. 

   Na primeira época no emblema raiano participou em 33 partidas (todas como titular) e marcou um golo ao Sp. Espinho na II Liga, mostrando-se impotente para impedir a descida à II Divisão B. Após a despromoção permaneceu mais um ano no clube, transferindo-se depois para a União de Leiria.
 
7. Décio (35 jogos) 
Ponta de lança brasileiro que no seu país representou o Internacional de Porto Alegre, entrou no futebol português pela porta do Vitória de Guimarães, clube pelo qual conquistou a Supertaça e de onde saiu para O Elvas no Verão de 1989.

   Na primeira época no emblema raiano alcançou o apuramento para a edição inaugural da II Liga, prova na qual em 1990-91 disputou 35 jogos (21 a titular) e apontou seis golos, frente a Recreio de Águeda, Maia, Feirense, Barreirense (dois) e Torreense, insuficientes para impedir a descida à II Divisão B. Após a despromoção transferiu-se para o Atlético.

6. Rui Pedro (35 jogos) 
   Disputou o mesmo número de jogos de Décio, mas amealhou mais 535 minutos em campo – 2808 contra 2273. Médio ofensivo natural de Almada e internacional jovem por Portugal,  jogou ao lado de Futre nos juvenis do Sporting, mas foi no Benfica que conclui a formação e iniciou o seu trajecto enquanto sénior, tendo inclusivamente saboreado a conquista de um campeonato, duas Taças de Portugal e uma Supertaça.
 
   No entanto, a falta de espaço na Luz empurrou-o para um empréstimo ao Vitória de Setúbal e por uma passagem pelo Varzim antes de ingressar pelo O Elvas no verão de 1989. «Os dirigentes tiveram boas referências minhas e lá me convenceram a ir para o Alentejo. Fiquei dois aninhos, o primeiro mais fraco e o segundo com uma grande época», afirmou ao portal Zerozero.

   Na primeira época no emblema raiano alcançou o apuramento para a edição inaugural da II Liga, prova na qual em 1990-91 participou em 35 encontros (33 a titular) e apontou sete golos, diante de Louletano, Recreio de Águeda (dois), Varzim, Académica, União de Leiria e Lusitano VRSA, insuficientes para evitar a descida à II Divisão B.
 
   Após a despromoção mudou-se para o Montijo. «O Elvas comprou-me ao Benfica no Verão de 1990, entre as duas épocas. Subimos à Liga de Honra [II liga] e nessa época estive bem. Marquei alguns golos e joguei sempre. Apesar disso, descemos de divisão. O treinador era o Manuel Cajuda, saiu para o Torreense depois, e em Torres Vedras treinou o irmão de um colega nosso no O Elvas. Segundo ele, na palestra antes do nosso jogo, o Cajuda só falou de mim. 'Tenham cuidado com o Rui Pedro à entrada da área', era assim que eu fazia golos. Pontapés de ressaca. Nesse ano tive uma oferta do Belenenses e com a Académica, podia ser o meu regresso à I Divisão. Nem um nem outro. O O Elvas desceu, eu tinha contrato, pediram muito dinheiro por mim, aquilo demorou bastante e acabei por sair livre para o Montijo. Coisas de anjinho. Escolhi ficar perto de casa, mais uma vez», recordou.
 
5. Juanito (35 jogos) 
 
   Disputou o mesmo número de jogos de Décio e Rui Pedro, mas amealhou mais minutos em campo: 2834. Médio ofensivo de qualidade técnica natural de Baleizão, no concelho de Beja, ingressou no O Elvas no seu primeiro ano de sénior, em 1986-87, depois de ter concluído a formação no Desp. Beja.

   «O Sr. Lemos (director do Desp. Beja) conversou com o José António, que jogava no clube, sobre a hipótese de ir treinar ao O Elvas. E assim foi, agradei ao treinador da altura, Carlos Cardoso, e nesse ano fiz um contrato profissional, tinha o clube subido à I Divisão. Foi o concretizar do meu sonho de miúdo, ser jogador de futebol», contou à página Velha Guarda da Bola Nos dois primeiros anos na cidade raiana competiu na I Divisão, os dois seguintes na II Divisão e o quinto na edição inaugural da II Liga.

   Em 1990-91 foi utilizado em 35 partidas (33 a titular) e marcou um golo ao Leixões no reformulado segundo escalão, insuficiente para evitar a descida à II Divisão B. Em 1991 transferiu-se para o Louletano e no ano que se seguiu para o Campomaiorense, tendo voltado a representar os elvenses entre 1993 e 2001. Ao longo desses oito anos desceu à III Divisão em 1994-95 e 1998-99 e subiu à II B em 1996-97. 

   Depois de encerrar a carreira de futebolista iniciou a de treinador, tendo orientado várias equipas do O Elvas entre 2006 e 2015. «O Elvas é o clube do meu coração. Foi lá que me iniciei, aos 18 anos, e cresci enquanto homem. Foram 13 anos com aquele emblema ao peito, com bons e maus momentos», concluiu.

4. Luís Quintas (35 jogos) 
    Disputou o mesmo número de jogos de Décio e Rui Pedro, mas amealhou mais minutos em campo: 2880. Avançado natural de Torres Novas, representou Alcanenense e Mirense antes de ingressar no O Elvas no verão de 1989. 

   Na primeira época no emblema raiano alcançou o apuramento para a edição inaugural da II Liga, prova na qual em 1990-91 disputou 35 partidas (31 a titular) e apontou oito golos, diante de Portimonense, Recreio de Águeda, União de Leiria, Lusitano VRSA, Feirense, Varzim e Freamunde (dois), registo que fez dele o melhor marcador da equipa nessa temporada, mas que se revelou insuficiente para impedir a descida à II Divisão B. Valorizado pelas boas campanhas de azul e ouro, deu o salto para o Belenenses no Verão de 1991.
 
3. João Paulo (36 jogos) 
 
   Avançado madeirense que tinha concluído a formação e passado os primeiros anos de sénior no Marítimo, foi contratado pelo O Elvas no verão de 1990. Na única temporada que passou no emblema raiano disputou 36 jogos (30 a titular) na II Liga e apontou seis golos, diante de Académico de Viseu, Desp. Aves, Freamunde, União de Leiria, Académica e Leixões, insuficientes para impedir a descida à II Divisão B. Após a despromoção regressou ao Marítimo.
  
2. Guto (36 jogos) 
 
   Disputou o mesmo número de jogos de João Paulo, mas amealhou mais 479 minutos em campo – 3200 contra 2721. Defesa central internacional jovem brasileiro, jogou na equipa principal do Flamengo entre 1983 e 1987 ao lado de Mozer, Zico, Bebeto, Aldair, Jorginho, Leonardo, Sócrates e Renato Gaúcho, entre outros, tendo saído do mengão para O Elvas no final de 1987, na altura para jogar na I Divisão.  

   Após uma época no primeiro escalão e duas na antiga II Divisão Nacional, em 1990-91 actuou em 36 partidas (todas como titular) na II Liga e apontou dois golos, diante de Feirense e Louletano, insuficientes para evitar a descida à II Divisão B. A seguir à despromoção transferiu-se para o Belenenses. 

   Haveria de falecer precocemente a 23 de Outubro de 2009, aos 45 anos, numa altura em que aguardava por um transplante de fígado. 

1. Elísio (37 jogos)  
 
   Guarda-redes internacional jovem por Portugal e formado no Benfica ao lado de Samuel e José Carlos, entre outros, passou pelos seniores de Guarda, Gil Vicente, Estoril e Bragança antes de ingressar no O Elvas no verão de 1990.
 
   Na única temporada que passou no emblema raiano foi utilizado em 37 encontros (sempre como titular) e sofreu 44 golos, mostrando-se impotente para impedir a descida à II Divisão. Após a despromoção transferiu-se para o Torreense. 
 

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