2022-09-15

Revolta em Badajoz contra okupas que deixaram estudantes na rua

 
O assunto domina a actualidade informativa na Extremadura espanhola. Quatro jovens estudantes de Mérida regressaram das férias para iniciar um novo ano lectivo, mas, quando tentaram entrar na casa que tinham arrendado desde o ano anterior, foram surpreendidos com uma nova fechadura. Contactaram o proprietário, que mora em Valência, mas este garantiu-lhes que não sabia de nada. Chamaram a polícia e confirmaram o pior dos receios: O apartamento tinha sido invadido por um casal de okupas, que ainda hoje se recusa a sair. Nem os seus pertences os estudantes conseguiram reaver


TEXTO Roberto Dores
FOTO S. García (El Periódico)

   Este caso entronca no fenómeno que está a deixar os proprietários espanhóis em desespero para recuperarem as suas habitações invadidas e destruídas por estranhos, que aproveitam lacunas legais e atrasos da justiça para se instalarem durante meses ou anos. Se a ocupação não for detectada nas primeiras 48 horas, só poderão ser desalojados quando um tribunal o ordenar, por muito que os legítimos proprietários reclamem. 

   «É daquelas coisas que achamos que nunca nos vai acontecer», desabafou Miguel Valdés, pai de um dos alunos, citado pelo El Periódico, relatando que a própria polícia não conseguiu resolver o problema. 

   Depois de ouvirem os vizinhos do prédio, as autoridades admitem que os okupas terão acedido ao apartamento na segunda quinzena de Agosto, revelando ainda que abordaram telefonicamente o casal, mas o contacto revelou-se infrutífero, recusando mesmo os invasores devolver os pertences que os estudantes tinham deixado na casa quando foram de férias. 

   E agora? Segundo os dados revelados pelo Conselho Geral do Poder Judicial, os proprietários do apartamento deverão ter que esperar cerca de 14 meses - tempo médio que demoram os processos do género na Extremadura - até conseguirem uma autorização legal para expulsarem os okupas.

   Já hoje, uma jornalista do Hoy encontrou a mulher que invadiu a casa junto ao edifício, localizado próximo do hospital do Perpétuo Socorro, justificando que decidiu ocupar o apartamento, porque está grávida e ninguém lhe arrenda uma casa em Badajoz.

   De resto este é um argumento repetido vezes a fio em vários casos semelhantes, garantem as autoridades, relatando que os indivíduos  entram por janelas ou portas, mudam as fechaduras e instalam-se numa casa da qual os proprietários estão ausentes.  

   Mais. Há mesmo okupas que chamam a Polícia para os proteger das abordagens dos donos, de quem chegam a apresentar queixa por assédio, invasão de propriedade ou direitos de imagem. Entretanto, o proprietário do imóvel está obrigado a continuar a pagar água, luz e condomínio.
 

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