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2023-04-25

Se não fosse Estremoz a história de Abril contava-se de outra forma

A garantia era dada por José Luís Cardoso, Capitão de Abril. Se o Regimento de Cavalaria 3 (RC3), de Estremoz, não tivesse seguido viagem para Lisboa a história do dia da Revolução do Cravos teria sido diferente. «Contava-se a história, mas contava-se de outra forma», assegurou esta terça-feira o coronel na situação de reforma nas celebrações do 25 de Abril que tiveram lugar na Câmara da Estremoz
 
TEXTO l Roberto Dores

 
 
   Recorde-se que o RC3 foi considerado uma das unidades militares «mais influentes» na revolução, tendo participado com um Esquadrão de Reconhecimento de 120 homens, comandados pelo capitão Andrade Moura, que ajudaram a derrubar a ditadura.

   José Luís Cardoso, que estava à época em Santa Margarida, explica a expressão do RC3. «Estremoz chegou em reforço quando os pontos estratégicos estavam tomados. Foi muito importante, porque tapou os pontos frágeis», relatou, destacando a importância do material blindado, quando o povo já andava na rua. «Não dava para voltar atrás, mas correu tudo bem e evitou-se o pior».

   O «pior» a que se referia seria um eventual derramamento de sangue, caso a GNR não se tivesse retirado e avançado para uma qualquer reacção hostil.
Foi também com os olhos postos nesta passagem da história do 25 de Abril que esta terça-feira a Câmara de Estremoz evocou a participação decisiva dos militares que saíram do RC3 naquela madrugada, contribuindo para a queda do antigo regime. 

   «Está documentado e é, para nós, uma felicidade constatar esse facto», enfatizou o presidente do Município, José Daniel Sádio. «Há ilustres estremocenses, que ainda estão vivos, que nos testemunham o que foi a intervenção e o que foi viver por dentro a operação montada. Foi uma revolução feita sem armas, permitindo que vivamos em liberdade há quase 50 anos», resumia o autarca.
 

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