Antes de irmos para a rua ver as fachadas dos edifícios «vestidas» de longos tapetes e assistir às tapeteiras a bordarem novos exemplares ao vivo, escutemos Ana Paula Amendoeira: «O tapete de Arraiolos faz parte daquele património cultural do Alentejo que não é só de Arraiolos, não é só do Alentejo e não é só de Portugal. Faz parte daquele saber fazer tradicional. Temos um conjunto de detentores deste conhecimento que estão em Arraiolos», acrescentou, depois da presidente do Câmara, Sílvia Pinto, ter lamentado a pouca atenção dispensada pelo poder político à «causa» arraiolense.
Recorde-se que só em Setembro de 2021 foi alcançada a publicação do registo oficial no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, esperando-se agora pelo fecho do dossiê, seguindo-se a sua apresentação à UNESCO.
Uma antiga luta do município, que é a entidade promotora dessa mesma candidatura, com Sílvia Pinto a colocar-se ao lado das tapeteiras do concelho, apontando «O Tapete está na Rua» como mais um argumento promocional da «salvaguardar e divulgação dos saberes e saberes fazer».
Também por isso, Ana Paula Amendoeira, defendeu que a classificação dos tapetes junto da UNESCO representa um desiderato em que «todos se devem sentir implicados para ajudar Arraiolos a valorizar este património».
A directora regional quer garantir que o futuro é assegurado. «Que este saber não se extingue, que não morrem as casas de tapetes». E mais: «Lutamos para ter gente nova a aprender esta actividade».
«O Tapete está na rua»
com animação até domingo
O evento que mobiliza Arraiolos durante os próximos dias volta a ser promovido pela autarquia, reunindo um conjunto de actividades culturais, onde se inscrevem exposições, animação cultural, colóquios e debates, com especial destaque para a “Mostra de Tapetes de Arraiolos” no Centro Histórico da Vila.
A iniciativa pretende dinamizar a economia local e dar a conhecer o artesanato, a gastronomia e outros produtos locais, mas o certame de que se fala ambiciona «salvaguardar, preservar e divulgar a qualidade e diversidade da identidade arraiolense e alentejana, valorizando o artesanato mais genuíno», segundo avança o próprio Município. A valorização do Tapete de Arraiolos e a promoção desta arte terá um espaço privilegiado no encontro "Património Cultural Imaterial no Alentejo: Da Recolha e Inventariação à UNESCO”, mais um passo no caminho para a inscrição do “Tapete de Arraiolos” por parte da UNESCO como Património Imaterial da Humanidade.