2023-06-15

Todos sabemos desenhar, só que não nos lembramos. E faz bem à saúde

 
 
É dos que garante, sem pestanejar, que não sabe fazer nem um risco? Desengane-se. Afinal, todos sabemos desenhar alguma coisa. Uns mais, outros menos. O problema é que nos esquecemos da aprendizagem dos tempos em que andámos no jardim de infância. Para si, que gostava de se aventurar na arte, tem agora uma oportunidade singular em Elvas
 
TEXTO l Roberto Dores
 
   A proposta parte de um professor que às quartas-feiras está a promover um circuito à volta das muralhas da cidade. «Quem quiser participar basta aparecer», diz João Luciano, um profissional das artes, segundo o qual todos nós podemos ser potenciais desenhadores de rua. Ou ´urban sketchers´, tal como se designa o movimento de artistas, iniciado em 2007, que pratica o desenho em cidades, vilas, aldeias ou montes em vários pontos do mundo.

   Escutemos João Luciano:«Todos sabem desenhar. Aprenderam quando estavam no jardim de infância. Só que depois essa gaveta fechou-se para se abrirem outras gavetas a outras aprendizagens.» 

   Ou seja, quem continuou a desenhar depois do jardim de infância aperfeiçoou a técnica. Mas quem fechou essa gaveta tem uma oportunidade de a reabrir à «boleia» deste novo projecto.


   «Nota-se que os seniores têm uma apetência para voltarem a pintar quadros, por  exemplo, porque também é uma maneira das pessoas relaxarem», diz este professor de Educação Visual, recordando que até o próprio Ministério da Saúde está a pressionar a receita de arte aos jovens para evitar  medicação.

   O público que comparecer aos «desenhos das quartas» terá aqui a oportunidade de aprender várias técnicas. «Convém trazer material, mas se não tiver eu disponibilizo o que tenho comigo». Para quem está a iniciar, João Luciano inventou um pantógrafo, traduzido num quadro com quadrículas, que permite tirar perspectivas mais facilmente.

   Desta vez foi dia de desenhar a célebre capela de Nossa Senhora da Conceição, mas nas semanas que se seguem outros desafios vão surgir em redor do património que a Unesco consagrou. 

   Quem já aderiu a este circuito pelas muralhas de Elvas sente que tem evoluído. Isabel Tejeda (na foto de abertura ao lado de João Luciano) assume que ainda está no início, mas já aperfeiçoou «alguma técnica». Relata que «gostava de pintar com colegas em estúdios», mas admite que os seus desenhos «eram fraquinhos», diz, revelando que esta nova oportunidade tem sido uma ajuda ao nível da «disciplina», que já lhe permite «fazer melhores desenhos».

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